Um relatório internacional da JLL identifica Portugal como um dos mercados europeus que receberá em 2016 maior atenção por parte dos investidores em imobiliário hoteleiro.

Uma das principais tendências que marcarão o segmento hoteleiro a nível global, de acordo com o Hotel Investment Outlook 2016 – JLL, é o facto de os mercados secundários na região EMEA irem aumentar o seu peso na actividade de investimento em imobiliário hoteleiro em 2016.

Em comentário a este destaque, Karina Simões, Vice President de Hotels & Hospitality Group Portugal, afirma: “Portugal assume uma importância crescente na estratégia de desenvolvimento dos investidores institucionais, com a procura especialmente centrada em Lisboa, Porto e Algarve. Temos registado amplo interesse principalmente por parte de private equity funds, cadeias hoteleiras e family offices, provenientes da Europa, Estados Unidos da América e Médio Oriente, interessados em intervir em diferentes fases do ciclo económico do negócio. De modo a potenciar esta oportunidade torna-se relevante a aposta em aspetos colaterais, os quais em muito contribuem para o aumento da atratividade do destino, como a facilitação de processos de licenciamento, alargamento das linhas de financiamento, profissionalização dos players do sector, entre outros”.

De acordo com o presente estudo, os mercados secundários aumentarão o seu peso na actividade: a zona provincial do Reino Unido e algumas cidades da Europa Ocidental, como as cidades alemãs secundárias, Espanha (mercados urbanos e turísticos), Itália e Portugal, serão alvo de maior atenção em 2016. E isso deve-se ao facto dos financiadores estarem cada vez mais activos fora das principais cidades europeias.

2016 será também um ano muito importante para o capital institucional direccionado ao sector hoteleiro, refere o relatório internacional da JLL. De acordo com o mesmo, apesar de permanecer um sector alternativo enquanto classe de investimento imobiliário, há diversas razões pelas quais os hotéis fazem sentido para alguns investidores institucionais e há verdadeiras oportunidades para o capital institucional ocupar o espaço anteriormente tomado pelo capital privado, à medida que estes últimos players racionalizam os portfólios que compraram no ano passado, revendem activos únicos e avançam para outras classes de activos. Alguns negócios recentemente anunciados são prova disso.

A título de exemplo, o estudo aponta a Accor que está a vender um portfólio de 85 hotéis a uma companhia de investimento em hotéis recentemente criada, que será detida pela Eurazeo (70%) e pela Accor Hotels (30%), e de acordo com a imprensa, os dois parceiros podem rapidamente juntar-se a um terceiro investidor institucional. Além disso, também a Aviva Investors e a Algonquin lançaram a Primotel Europe, um novo fundo que é posicionando para investidores institucionais. O fundo, que pretende investir 240 milhões de euros nos próximos três anos, está a olhar para hotéis de três a cinco estrelas em toda a Europa.

O Hotel Investment Outlook da JLL traça as tendências de investimento em imobiliário hoteleiro e é produzido pela área de Hotels & Hospitality da consultora, negócio que está também presente em Portugal desde o ano passado.

Foto: The Algonquin Hotel