O turismo tem aumentado de forma notória na cidade do Porto e um dos indicadores desse crescimento é o segmento de compras, nomeadamente do sector de têxteis e moda. Os lojistas da Invicta assim o confirmam.
De acordo com os dados oficiais do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), a região fechou o ano de 2016 com um crescimento de 12,31%, atingindo quase 6,9 milhões de dormidas, um valor próximo dos sete milhões previstos na Estratégia 2020.
O segmento de compras sentiu igualmente este crescimento, com chineses, brasileiros, russos, australianos, mexicanos, suecos e norte-americanos a procurar as lojas de moda do Porto e onde se registaram aumentos de vendas nas lojas na ordem dos 20%, chegando, em alguns casos, a taxas de crescimento na ordem dos 100%.
Em declarações à agência Lusa, o estilista Luís Buchinho, com loja na Baixa do Porto, afirma que “o volume de vendas aumentou mais ou menos 20%, devido à faixa de clientes internacionais”. Apesar de referir que o cliente internacional é maioritariamente europeu, considera que o mercado está cada vez “mais alargado”, sobretudo a turistas asiáticos, espanhóis, franceses, a par de turistas provenientes do Canadá, Austrália e Holanda.
A criadora Katty Xiomara avança que recebe no seu ateliê, localizado na Rua da Boavista, turistas oriundos dos Emirados Árabes, China, Brasil, Canadá, EUA ou Bélgica, os quais “compram sempre alguma coisa”, o que “naturalmente faz aumentar as vendas”.
Já Filipe Prata da loja Daily Day, na Avenida dos Aliados, refere mesmo a existência de “mega vendas” e o registo de taxas de crescimento na ordem dos “100% nos meses de Dezembro, Janeiro e Fevereiro”, período em que recebe turistas da China, México, Austrália, Brasil e Rússia. Na sua opinião, trata-se de um tipo de turista “muito especial, com critérios e poder de compra” e que quer “saber da origem das peças e dos tecidos”.
Refira-se que o Instituto de Turismo, em parceria com o TPNP e o Aeroporto do Porto, traçou o perfil do turista que visitou o Porto e Norte de Portugal no período de Outubro de 2015 a Março de 2016, verificando-se que o valor do consumo médio por estada fixava-se nos 745 euros, ou seja, obteve-se um aumento de 13 euros comparativamente ao gasto apurado em igual período de 2014/15.
Foto: Anabela Loureiro