Na conferência de imprensa que decorreu no Hotel VIP Grand Lisboa, o CEO da Ryanair, Michael O’Leary, afirmou que a abertura do aeroporto do Montijo deve ser antecipada e, a bem da concorrência, não deve ser gerido pela ANA-Aeroportos de Portugal.

Michael O'Leary defendeu que “a concorrência tem que funcionar”, “tal como no futebol, não há um só clube", por isso defende que o aeroporto do Montijo não deve ser gerido pela ANA-Aeroportos de Portugal mas por outra empresa. Acrescentando que “a concorrência real será boa para o consumidor”.

Segundo o CEO da Ryanair, a ANA continua a limitar o aumento do movimento do aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, inviabilizando que os movimentos cheguem aos 50 por hora (no mínimo) face aos 40 actuais.

Sabendo que a ANA possui um contrato para gerir todos os aeroportos nacionais, incluindo o do Montijo, Michael O’Leary afirmou que cabe ao Governo decidir sobre o assunto. Dando o exemplo de Londres, onde existiu a pressão para a venda de dois aeroportos e agora há “recordes batidos”.

Relativamente ao estudo ambiental imposto ao aeroporto do Montijo considera que é uma falsa questão uma vez que já operam voos militares neste local.

No seu habitual bom sentido de humor, foi dizendo que “agora que são campeões no futebol e nas canções, também deviam ser no turismo”, acrescentando o facto de “vocês odiarem perder para Espanha” numa referência à possibilidade dos voos serem desviados para Málaga ou Valência, onde as taxas estão a diminuir.

O director comercial da Ryanair, David O'Brien, também presente na conferência de imprensa, adiantou que “novas pessoas” da TAP voltaram a abordar a companhia aérea para colaborações, depois de “as conversas estarem suspensas por meses”. A este propósito, Michael O'Leary disse que “eventualmente vai acontecer, estamos à espera de um slow, porque agora há demasiada house music”.

No que diz respeito à Ryanair, foi anunciado que “este ano transportará mais de 10 milhões de clientes de e para Portugal”. Esta que é a segunda maior companhia aérea no País, perspectiva ultrapassar a líder que é a TAP, que alcançou 11,7 milhões de clientes, já “nos próximos dois ou três anos”.

Em curso estão ainda as negociações com a ANA relativamente à renovação dos contratos para os aeroportos de Porto e Faro.

Foto: Anabela Loureiro