A 12.ª edição do ‘Atlas da Hotelaria’ da consultora Deloitte revelou que o ano de 2016 fechou com 1.945 empreendimentos turísticos, ou seja, mais 81 do que em 2015. Para 2017 antecipa a abertura de 38 novas unidades hoteleiras.

O ‘Atlas da Hotelaria’ revela que, no ano em foco, o número de dormidas ultrapassou os 53 milhões e as receitas de aposento superaram os dois mil milhões de euros, tendo a taxa de ocupação sido superior a 63%.

Em termos geográficos, as regiões da Madeira (77,5%) e de Lisboa (72,5%) foram as que registaram a maior taxa de ocupação, com a zona da capital a apresentar também o preço médio por quarto mais elevado do País (80,65 euros). A estadia média mais elevada registou-se na Madeira (5,39 dias) e no Algarve (4,49 dias).

De uma forma geral, este relatório demonstra que todas as regiões do País viram as suas receitas por quarto disponível (RevPAR) crescer, sendo que a capital voltou a destacar-se com uma receita de 59,18 euros, ou seja, um aumento de 5,58 euros face a 2015.

No que toca à concentração de empreendimentos verificou-se um domínio no Algarve e no Norte (22% cada), seguindo-se a Região Centro (21%), Lisboa (15%), Alentejo (8%), Madeira (7%) e Açores (5%). Refira-se que a região algarvia surge igualmente no topo do número de unidades de alojamento com 32%, seguindo-se Lisboa com 21%.

De acordo com a análise da Deloitte, a taxa de ocupação em Lisboa superou os registos de grandes cidades europeias como Roma, Madrid e Paris, embora permaneça abaixo de Londres, Amesterdão e Barcelona. Nas contas do RevPar (receitas por quarto disponível), a capital ficou abaixo da média europeia.

No que concerne a tipologias, os hotéis continuam a liderar com 73% do total, seguindo-se os apartamentos turísticos (10%), os hotéis apartamentos (7%), os hotéis rurais (5%), os aldeamentos turísticos (3%) e as pousadas (2%).

Nas classificações de empreendimentos turísticos, dominam as três (33%) e quatro (38%) estrelas, seguindo-se as duas estrelas com 17% e as cinco estrelas com 8%.

No top 3 do ranking nacional dos 20 grupos hoteleiros/ entidades responsáveis com o maior número de unidades de alojamento está, em primeiro lugar, o Grupo Pestana Hotels & Resorts/ Pousadas de Portugal (5,2% do total), seguindo-se o Grupo Vila Galé Hotéis (3%) e o Grupo Accor Hotels (2,4%).

O responsável pelo Tourism, Hospitality & Services da Deloitte, Miguel Eiras Antunes, em comunicado, afirmou que “o ano de 2016 foi único e histórico em receitas, dormidas, mas também singular para o crescimento do número de empreendimentos”.

Para 2017 a consultora vaticina a entrada de 38 novas unidades hoteleiras no mercado, sobretudo de quatro e cinco estrelas, 18 das quais na capital, oito no Norte, sete no Centro, quatro no Algarve e uma nos Açores.

O dirigente de Real Estate da Deloitte, Jorge Marrão, avança ainda que “prevê-se um cada vez maior interesse dos investidores internacionais no nosso País, resultado do aumento das taxas de rentabilidade dos activos imobiliários”, salientando que “o turismo continuará a ser, por isso, estratégico para a nossa economia”.

Foto: Memmo Príncipe Real