O estudo do Eurostat não deixa margem para dúvidas: em 2016, e pela primeira vez em sete anos, mais de metade dos portugueses teve condições económicas para gozar uma semana de férias fora de casa.

Os dados apresentados em Bruxelas demonstram que desde 2010 os portugueses que não tinha dinheiro para gastar numa semana de férias fora de casa, cifrando-se esse valor acima dos 50% até 2016.

Com efeito, em 2010, 64,6% dos portugueses ficaram em casa durante as suas férias; sendo que em 2011 esse valor diminuiu para 57,2%; e em 2012 para 56,1%. Mau grado, no ano de 2013, a percentagem voltou a subir para os 59,8%, ainda que tenha recuado em 2014 para os 55,6%. Desde então, não mais parou de descer, para os 51,3% em 2015 e 47,2% em 2016.O organismo

oficial de estatísticas europeu revela também que Portugal é o sétimo país com a percentagem mais elevada de cidadãos que não conseguem ir de férias, encontrando-se em ex-aequo com a Itália (47,2%) e logo após a Hungria (50,7%).

Em termos mais gerais, entre os 28 países analisados pelo Eurostat, um em cada três cidadãos da União Europeia não conseguiu ter uma semana de férias fora da sua residência. Em 2016, 32,9% de europeus não foram de férias, o que significa que diminuiu o número de cidadãos que não conseguiram afastar-se de sua casa ou do seu emprego.

As estatísticas revelam ainda que são as famílias com filhos as que mais sofrem por falta de férias fora de casa, uma vez que 34,6% dos casais com filhos não foi de férias comparativamente a 31,3% de famílias sem filhos.

Entre os países cujas famílias não fazem férias fora de casa devido a dificuldades financeiras está a Roménia (66,6%), a Croácia (62.8%), Bulgária (56,4%), Grécia (53,6%), Chipre (53,5%) e Hungria (50,7%). Já a Suécia (8,2%), o Luxemburgo (13,1%) e a Dinamarca (13,7%) são os países onde menos pessoas deixaram de gozar pelo menos uma semana de férias por ano devido às suas condições financeiras.

Foto: Anabela Loureiro