Num “primeiro balanço dos estragos”, o Turismo do Centro revelou que os fogos que assolaram a região atingiram 59 municípios e destruíram, total ou parcialmente, 38 empreendimentos turísticos.

Esta notícia foi avançada pela Entidade Regional à agência Lusa que dá conta que esta área turística envolve 100 municípios dos quais mais de metade foram afectados pelos incêndios e que pela primeira vez os fogos deflagraram na zona do litoral, provocando estragos também em Aveiro, Ílhavo, Vagos, Mira, Figueira da Foz, Marinha Grande e Leiria.

A mesma fonte avançou que em 38 empreendimentos turísticos os incêndios provocaram o cancelamento de 77% das reservas em hotéis da região, o que levou os responsáveis da Entidade Regional Turismo Centro a firmar que se trata de um número “impressionante e preocupante”.

Diversas unidades de Turismo em Espaço Rural e algumas unidades de Alojamento Local da região foram completamente devastadas pelas chamas, tal foi o caso da Casa Grande do Loureiro (Tábua), Quinta do Pinheiro Manso (Tábua), Chão do Rio (Seia), Villa Carrascais (Oliveira do Hospital), Miradouro (Oliveira do Hospital) e Vale das Maias (Penacova). O mesmo sucedeu com o Parque de Campismo da Praia da Vieira (Leiria) que foi destruído e o Golfe de Montebelo, localizado em Viseu, que sofreu estragos avultados.

Outros “factores de atractividade” desta região, nomeadamente os percursos pedestres e de bicicleta, foram também afectados pelas chamas. Segundo os dados avançados, 34 percursos ficaram destruídos, sendo que os piores cenários, ou seja a perda total destes percursos, ocorreu em Vila de Rei, Fundão, Penacova, Grande Rota do Zêzere, Covilhã e Lagoa de Mira.

Perante este cenário, o Turismo do Centro afirmou que vai continuar a fazer uma “radiografia exaustiva” da situação e vai também negociar com o Governo formas de compensar os prejuízos e relançar a economia da região.

Recorde-se que o presidente do Turismo do Centro já tinha elogiado a decisão do Conselho de Ministros, do passado dia 21 de Outubro, de avançar com apoios à reposição da actividade turística e aos empresários do sector afectados pelos incêndios.

Ainda assim, teme que esta decisão possa “revelar-se insuficiente” para a gravidade e dimensão dos estragos. Como afirmou: “São valores que podem ficar aquém das reais necessidades, atendendo que há municípios que não estão abrangidos pelo Programa Valorizar para a Dinamização Turística do Interior”. Para o efeito deu como exemplo alguns concelhos do litoral que foram seriamente afectados pelas chamas, nomeadamente Mira, Vagos, Marinha Grande, Aveiro e Albergaria-a-Velha.

O Governo anunciou a duplicação do orçamento do Programa Valorizar para a Dinamização Turística do Interior, passando de 30 para 60 milhões de euros, acompanhada pela activação da Linha de Apoio à Tesouraria. Esta medida foi implementada com o objectivo de “fazer face a situações de quebras de reservas e de necessidade de fundo de maneio e que é atribuída directamente pelo Turismo de Portugal, sem necessidade de recorrer à banca”.

Foto: Anabela Loureiro