Na sequência das edições anteriores — em Ponte de Lima (2015) e em Braga (2016) — a III Convenção Nacional do Património Histórico-Cultural terá lugar em Tavira, entre dias 17 e 18 de Novembro.
A organização cabe ao Município de Tavira, em conjunto com Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (APMCH), contando, nesta edição, com a colaboração da Associação dos Municípios Portugueses do Vinho (AMPV).
Durante a manhã do dia 17, decorrerão a reuniões dos corpos sociais da APMCH, abertas a todos Associados, onde estará em discussão, entre outros assuntos, o Plano de Actividades para 2018.
Nessa tarde, durante a sessão solene de abertura dos trabalhos, na qual se aguarda confirmação da representação governamental, realizar-se-ão duas homenagens institucionais, nomeadamente a outorga da Medalha de Ouro da APMCH a Martinho da Silva, bem como do Prémio Carreira dos Centro Históricos ao arquitecto João Campos.
Martinho da Silva, advogado, “foi fundador e dirigente da Associação de Estudo e Defesa do Património Histórico-Cultural de Santarém, que lhe outorgou o título de sócio honorário, bem como estudioso do património cultural, material e imaterial, mormente da vida e obra de Bernardo Santareno, entre outros aspectos".
João Campos, arquitecto, mestre em relações internacionais e doutor em História da Arte, é autor de vasta obra arquitectónica e historiográfica, amplamente premiada, da qual destacamos o trabalho desenvolvido em prol da salvaguarda do património construído português, dentro e fora do território nacional. Professor no ensino superior, João Campos foi consultor do Centro Histórico do Porto, em sede de candidatura a Património UNESCO e colabora, desde 1992, com a Fundação Calouste de Gulbenkian, bem como com instituições do sector cultural, nacionais e estrangeiras. Coordena o Centro de Estudos de Arquitectura Militar de Almeida (CEAMA), onde tem garantido a publicação regular de uma revista de especialidade, em complemento da valorização integrada do património material e imaterial desse centro histórico único. Em 2015, recebeu o Prémio Nacional ‘Memória e Identidade’ pela APMCH, bem como o Prémio Europeu para Intervenção em Património Arquitectónico, pelo Colégio dos Arquitectos da Catalunha.
O decurso dos trabalhos está organizado em duas mesas redondas relaccionadas com as temáticas do evento, com debate aberto após as comunicações. Acerca das oportunidades, dos problemas e dos desafios da relação do Património com o Turismo Cultural usarão da palavra: Vítor Cóias, em representação do Fórum do Património; Alexandra Gonçalves, directora-geral de Cultura do Algarve; e o arquitecto João Campos, num primeiro momento.
A segunda mesa redonda, subordinada à problemática do Enoturismo, contará com as seguintes intervenções de: José Arruda, secretário-geral da AMPV; José Luís Oliveira e Silva da ‘Casa Santos Lima’; bem como de Jorge Queiroz, director do Museu Municipal de Tavira com o tema ‘A Dieta Mediterrânica como Património Cultural Imaterial da Humanidade’.
No final dos trabalhos, terá lugar a conferência ‘Os Mazaganistas’ sobre o campo exterior de Mazagão e sua influência no traçado urbano da actual cidade de El Jadida pelo arquitecto Frederico Mendes Paula (autor do livro Portugal em Marrocos: um olhar sobre um património comum).
A III Convenção do Património Histórico-Cultural termina no dia 18 de Novembro com uma visita de estudo focada no centro histórico da Tavira, incluído o seu Museu Municipal (Palácio da Galeria e Núcleo Museológico Islâmico.