A III Conferência sobre a Serra da Lousã pretende debater o tema: “Estatutos de Protecção e Valorização Patrimonial”. O objectivo é, segundo a organização, “reflectir sobre as oportunidades e desafios de uma possível classificação da Serra da Lousã no seio das possibilidades existentes na legislação em vigor”.

Depois de, em 2013 e 2014, a Lousitânea - Liga de Amigos da Serra da Lousã ter promovido duas conferências sobre a Serra da Lousã, em Góis e Castanheira de Pera respectivamente, defendendo a gestão integrada do território, é agora a vez de levar a cabo a 3ª edição, no dia 5 de Junho, que vai decorrer no auditório da Biblioteca Municipal Comendador Montenegro, na Lousã, e que conta com o apoio da autarquia local.

Em declarações à agência Lusa, Paulo Silva, presidente da Lousitânea, explicou que, “acima de tudo, vamos discutir o estatuto de classificação da paisagem e do património natural da Serra da Lousã e, provavelmente, também o modelo de gestão do território”. Já Luiz Alves, da direcção da Lousitânea, afirmou que esta iniciativa pretende “promover o diálogo entre entidades institucionais, tecido empresarial, movimento associativo, investigadores e demais actores locais e regionais, envolvendo os cidadãos, com o desígnio de identificar propostas, possibilidades, oportunidades e desafios para o desenvolvimento sustentável e integrado da Serra da Lousã, procurando aproveitar a experiência e testemunhos de outros territórios”.

A Serra da Lousã compreende sete concelhos dos distritos de Coimbra e de Leiria (Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Góis, Lousã, Miranda do Corvo, Pedrógão Grande e Penela) e integra parcialmente a Rede Natura 2000. Segundo Paulo Silva, o facto de pertencer a esta rede “não se traduz em nenhuma forma de protecção efectiva”, defendendo que a salvaguarda deste património natural “deverá passar por uma iniciativa dos municípios”. Aliás, à semelhança do que se passa na Serra da Gardunha, que é considerada paisagem protegida regional, e que conseguiu reunir em torno da preservação desta montanha as autarquias do Fundão e de Castelo Branco.

Recorde-se que, em Junho de 2014, seis dos sete municípios ligados à Serra da Lousã decidiram criar uma entidade que deverá assumir a gestão do património natural comum, florestal, cinegético e turístico. Na altura, agendou-se para o mês de Setembro a constituição da Agência para o Desenvolvimento da Serra da Lousã mas a realidade é que, até ao momento, ainda não foi formalizada.

Foto: CM Castanheira de Pera