A mais recente análise da Coligação para a Poupança de Energia revela que os governos europeus continuam a desperdiçar energia nos seus próprios edifícios. Portugal optou por apresentar medidas alternativas, em vez de apostar na requalificação necessária dos edifícios públicos centrais.
Este relatório, conforme avança a associação portuguesa ambientalista Quercus, analisa os planos e inventários comunicados pelos Estados-Membros à Comissão Europeia para dar cumprimento ao artigo 5º da Directiva de Eficiência Energética (EED, na sigla em inglês), que obriga a renovar anualmente 3% da área de chão de edifícios da administração central ou implementar medidas alternativas para alcançar o mesmo impacto.
Mau grado, apenas 11 dos 28 Estados-membros decidiram realizar obras de renovação de edifícios do governo central com base num inventário, o que significa que a maioria destes países optou pelas medidas alternativas. Fora destes 11 Estados-membros, apenas a Letónia e a Eslovénia apresentaram inventários com boa qualidade, sendo este o primeiro passo necessário para planear e iniciar as reformas.
Portugal optou também por apresentar medidas alternativas, em vez de apostar na requalificação necessária dos edifícios públicos centrais. Por outro lado, este relatório indica o nosso País como um dos que deve melhorar a informação reportada à Comissão para uma verificação clara do cumprimento dos objetivos previstos no artigo 5º da EED.
Conforme a Quercus refere, apesar de enfatizarem regularmente a importância da eficiência energética, os líderes europeus perderam aqui uma boa oportunidade de utilizar a EED para dar o exemplo. Isto mostra também que o artigo 5º da EED não é suficientemente apelativo para levar os Estados-membros a impulsionar o mercado de renovação de edifícios. Através de um maior incentivo à renovação dos edifícios governamentais, seria possível criar um laboratório de aprendizagem e dessa forma preparar o mercado para programas de renovação de grande escala.
A Quercus considera que a renovação de edifícios públicos devia ser uma prioridade de intervenção em Portugal, por um lado para alcançar poupanças energéticas de forma rentável e, por outro, para incentivar e potenciar a requalificação urbana com base na eficiência energética.
Foto: Sede Comissão Europeia - Amio Cajander