Dentro de três a cinco anos o lince ibérico vai ser reintroduzido na serra da Malcata. Até lá vão ser feitas várias intervenções de preparação do 'terreno' para receber esta esécie em vias de extinção.

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, em declarações à agência Lusa, afirmou que o Governo vai “apresentar uma candidatura para reintroduzir o lince ibérico na serra da Malcata em Maio, quando abrirem as próximas candidaturas do programa operacional sustentabilidade e eficiência no uso de recurso, no domínio da conservação da natureza”. Acrescentando que “a expectativa de sucesso que temos é de que, em três a cinco anos, possamos ter condições para que o lince torne à serra da Malcata”.

De acordo com o ministro, “para cumprir este objectivo, é preciso que também o Estado cumpra a sua função, com a instalação de alguns cercados com coelho bravo e pequenas mudanças - como pequenos prados, com mosaicos e zonas de refúgio, tanto para o lince ibérico, como para as suas presas – associadas à gestão daquele espaço como uma zona de caça”. As intervenções no terreno deverão começar no “final de 2016”.

João Matos Fernandes recordou que “o lince tem sido introduzido em Portugal com sucesso, ainda que seja uma experiência recente, no Vale do Guadiana, onde há densidade da ordem dos 3,5 coelhos bravos por hectare, tudo isto em zonas de caça ordenada”.

Relativamente à questão da caça, o governante lembrou que “desde 2005, existe um plano de ordenamento territorial na serra da Malcata que aponta a caça como uma actividade económica importante também para a melhoria do habitat, nomeadamente pela introdução de espécies autóctones, como coelhos bravos, o alimento do lince”. Neste contexto, e de acordo com o conselho técnico do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, vai ser permitido “a caça ordenada naquela parcela da serra da Malcata”. Ainda que o Governo tenha “primeiro de aprovar um plano e a única espécie que está prevista poder caçar-se é o javali, e apenas dentro de 18 meses, na melhor das hipóteses”. João Matos Fernandes advertiu ainda que “não há quaisquer condições para caçar coelhos ou perdizes, que são em número reduzido, na serra da Malcata. Daí a sua caça ser completamente proibida”.

Foto: Wikipedia