Cientistas e investigadores australianos estão a recorrer às tecnologias de ponta de digitalização e automação da Siemens para simular, monitorizar e avaliar, de modo absolutamente inovador, o impacto das alterações climáticas, da acidificação dos oceanos e da qualidade da água na vida marinha na Grande Barreira de Coral.

Sendo uma das infra-estruturas mais avançadas deste tipo do mundo, o SeaSim, o simulador nacional do oceano, instalado no Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS), em Townsville, custou cerca de 24 milhões de euros e já ajudou os investigadores a criar mais de cinco milhões de larvas de coral que serão utilizadas em testes e experiências. Aqui são simulados mais de 344 mil quilómetros quadrados de costa numa infra-estrutura que tem metade do tamanho de um campo de futebol.

O recife é um dos 28 finalistas das Sete Maravilhas da Natureza e o único organismo vivo que pode ser visto a partir da lua. De acordo com Mark Read, chefe das Operações de Apoio do Parque Natural da Grande Barreira de Coral, o recife contribui com cerca de 3,6 mil milhões de euros anuais para a economia australiana. "O recife representa ainda cerca de 70.000 postos de trabalho, 64.000 dos quais directamente ligados ao turismo. No entanto, se quisermos incluir o valor do património natural do recife, torna-se muito, mesmo muito difícil atribuir um valor monetário. É enorme”.

No SeaSim, a tecnologia da Siemens está a ajudar a perceber o impacto das alterações climáticas, da descoloração do coral, gestão de pragas, sedimentação e poluição e das novas tecnologias para a água do mar – todos aspetos de grande importância – não só para proteger as condições naturais ou ecossistemas marinhos, mas também para manter uma economia sustentável e garantir a fonte de rendimento da população que depende do recife.

"Com o SeaSim ficamos habilitados a realizar experiências de uma complexidade nunca antes vista. A base de todos os sistemas de monitorização no SeaSim é a tecnologia fornecida pela Siemens. É a primeira vez que conseguimos analisar os múltiplos parâmetros ambientais que afetam os organismos marinhos", explica o David Souter, director do departamento de Investigação do AIMS.

"O SeaSim é uma infra-estrutura inovadora que não só ajuda a investigar a vida marinha, como ainda protege o património do país. O AIMS aplicou tecnologia de automação num ambiente não-industrial para criar um instituto único que aproveita dados inteligentes e a digitalização para analisar uma das maravilhas do mundo. É verdadeiramente notável", diz Jeff Connolly, CEO da Siemens Austrália e Nova Zelândia.

O objectivo principal do SeaSim é criar um sistema de automação de processos e de instalações completo, capaz de realizar investigação científica marinha de alta qualidade num ambiente de aquário. Esta infra-estrutura utiliza o controlador SIMATIC PCS 7 da Siemens, um sistema comprovado em termos de disponibilidade, fiabilidade e escalabilidade, para realizar múltiplas experiências que decorrem simultaneamente durante longos períodos de tempo.

Segundo dados divulgados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística, as actividades económicas relacionadas com o mar significaram 3,1% de toda a riqueza nacional produzida no ano de 2013. O INE concluiu ainda que as 60 mil empresas que operam neste sector representavam 3,6% do emprego gerado na economia portuguesa no período de 2010-2013.

Neste âmbito, a Economia do Mar é também uma das áreas foco da actuação da Siemens em Portugal, sector para o qual tem vindo a desenvolver soluções e serviços inovadores para áreas tão diversas como os portos, com sistemas eficientes de movimentação de carga ou sistemas de fornecimento de energia onshore para navios de cruzeiro; o transporte marítimo, com sistemas de propulsão eléctrica para navios; energia eólica offshore, entre muitos outros.

Foto: ChristianMiller/Siemens/AIMS