A Câmara Municipal da Praia da Vitória, nos Açores, anunciou que vai recuperar até 2018 três zonas húmidas. O objectivo é promover a observação de aves no concelho, tendo para o efeito criado uma infra-estrutura de apoio.

À margem da inauguração do Centro de Interpretação da Infra-estrutura Verde Húmida Costeira da Praia da Vitória, o presidente da autarquia da Praia da Vitória, Roberto Monteiro, apesar de referir que foi uma “bênção da natureza” terem “três destes espaços numa área inferior a três quilómetros de distância”, a realidade é que, comos salinetou, “em 2005 tínhamos todas elas por recuperar, valorizar e potenciar”.

Recorde-se que há dois anos foi apresentada a candidatura para a construção do centro e da recuperação e ampliação de três zonas húmidas, cujo investimento ascende a dois milhões de euros, 50% dos quais serão co-financiados a fundo perdido e que deverá estar concluído até 2018.

Depois de a autarquia ter investido três milhões de euros na recuperação do Paul da Praia da Vitória, zona húmida classificada e parque natural da cidade, vai proceder-se, agora à sua ampliação, a par da recuperação do Paul do Belo Jardim e do Paul da Pedreira.

Estas intervenções visam promover o turismo destes espaços naturais uma vez que, de acordo com Roberto Monteiro, têm uma “procura enorme”, sobretudo para a observação de aves, dado a raridade de algumas das espécies e que “só param em três, quatro sítios no mundo”. Por isso, e porque este é um tipo de turismo “amigo do ambiente” e tem um “alto poder de compra e que deixa um rendimento per capita muito superior ao turismo normal”, como o autarca frisou, a partir do próximo ano vai ser levado a cabo, anualmente, dois eventos internacionais de observação de aves na Praia da Vitória, a par da participação em eventos promocionais internacionais.

O centro interpretativo inaugurado visa dar apoio logístico aos observadores de aves, possui uma área destinada a fotógrafos e vai também promover várias actividades junto dos mais novos para os sensibilizar a esta actividade. Roberto Monteiro acredita que “é fundamental criar-se uma cultura e as pessoas perceberem o que é a observação de aves, qual é o seu valor, quais são os seus méritos e porque é que existem milhões de pessoas no mundo inteiro que são apoiantes”.

Presente no evento esteve o secretário regional da Agricultura e Ambiente, Luís Neto Viveiros, que afirmou estar “certo que, conforme a Câmara Municipal da Praia da Vitória se propôs, conjuntamente com os resultados já obtidos a nível ecológico, ou seja, com a melhoria das condições que fornecem refúgio às aves migradoras, este centro vai certamente contribuir para promover o turismo ornitológico enquanto um polo dinamizador do desenvolvimento socioeconómico deste concelho e de toda a nossa região”.

Refira-se que, actualmente, a Região Autónoma dos Açores conta com 13 zonas húmidas integradas na lista da Convenção de Ramsar que perfazem uma área total de 13 mil hectares, entre as mesmas encontra-se o Paul da Praia da Vitória.

Foto: azores.gov.pt