A Agência Portuguesa do Ambiente colocou no seu site o Relatório do Estado do Ambiente (REA) 2013 para consulta. A água está no topo da lista das evoluções positivas, já a dependência energética e os incêndios requerem uma intervenção sustentada.
Refira-se que o REA permite traçar um retrato global do panorama actual de Portugal em matéria de ambiente, nomeadamente no contexto da sua evolução económico-social.
Entre os vários indicadores analisados, com uma evolução claramente favorável, estão, como se pode ler no documento, os elevados níveis de qualidade da água para consumo humano atingidos a nível nacional (98,2% de água segura na torneira do consumidor) e a elevada qualidade das águas balneares (com níveis de conformidade muito próximos dos 100%). Também as emissões de gases com efeito de estufa (GEE), a par das emissões de substâncias acidificantes e eutrofizantes apresentam uma evolução positiva.
O peso das fontes de energia renováveis (FER) no total da energia primária diminuiu ligeiramente em 2011 face ao ano anterior, mantendo-se acima dos 20%. Não obstante, a incorporação de FER no consumo bruto de energia eléctrica para efeitos do cumprimento das obrigações comunitárias, foi de 49,6% em 2011, o que faz de Portugal o terceiro país da UE - 15 com maior incorporação de energias renováveis na produção de energia eléctrica.
Relativamente ao sector dos resíduos, em 2012 a produção total de resíduos urbanos em Portugal continental diminuiu cerca de 7% em relação ao ano anterior. Os resíduos de embalagens apresentaram também uma tendência positiva com todos os materiais a atingir, em 2012, uma taxa de reciclagem superior à meta imposta para 2011, com excepção do vidro, que ficou muito próximo de alcançar a meta.
Entre os domínios com uma evolução menos favorável, nos quais é necessária uma intervenção que inverta a tendência evidenciada e assegure a sustentabilidade futura, está a dependência energética que em 2012 atingiu 79,8%, um valor ligeiramente superior ao alcançado em 2011 (79,3%).
No sector dos transportes, o consumo de energia permanece excessivo, apesar de em 2011, pelo segundo ano consecutivo, a utilização de biocombustíveis nos transportes (5,3%) ter superado a média europeia (4,7%).
Outro aspecto que merece especial atenção prende-se com o número de incêndios ocorridos em Portugal continental em 2012, que traduz um acréscimo de 49% no total de área ardida relativamente ao ano anterior: 110.232 hectares, valor acima da meta preconizada para 2012 (100 mil hectares).
Foto: Anabela Loureiro