Na 22ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP22), que está a ter lugar em Marraquexe, Marrocos, fico a saber-se que Portugal ficou classificado em 11º lugar em termos de melhor desempenho relativamente às variáveis e políticas climáticas.

Em comunicado avançado pela associação ZERO, ficou a saber-se que Portugal ficou classificado em 11º lugar em termos de melhor desempenho relativamente às variáveis e políticas climáticas, mas como os três primeiros lugares não foram atribuídos considera-se que o nosso País é o 8º melhor neste ranking. Desta forma sobe sete lugares em relação ao ano passado, altura em que estava classificado inicialmente em 19º lugar, tendo essa classificação sido actualizada posteriormente para 18º lugar após a revisão de alguns dados pela Agência Internacional de Energia em que se baseia o índice, bem como de dados da FAO relativos às florestas.

Refira-se que os três primeiros lugares ficaram vazios por se considerar não haver, por agora, nenhum país merecedor do pódio no que respeita à protecção do clima.

Neste 12º ano do Climate Change Performance Index (CCPI), Portugal sobe significativamente em relação ao ano passado, passando de uma classificação “moderada” para uma classificação “boa”. Deve-se ter em conta que os dados usados e mais recentes à escala global são provenientes da Agência Internacional de Energia e relativos a 2014 e não são completamente coerentes com os dados mais recentes comunicados à União Europeia e à Convenção das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (UNFCCC).

O CCPI é um instrumento inovador que traz maior transparência às políticas climáticas internacionais. O índice é da responsabilidade da organização não-governamental de ambiente GermanWatch e da Rede Europeia de Acção Climática de que a ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável faz parte.

Esta é uma classificação que compara o desempenho de 58 países que, no total, são responsáveis por mais de 90% das emissões de dióxido de carbono associadas à energia. O objectivo do índice é aumentar a pressão política e social, nomeadamente nos países que têm esquecido o trabalho nacional no que respeita às alterações climáticas.

A metodologia é centrada principalmente em indicadores objectivos: 80% da avaliação é baseada em indicadores de emissões (30% função dos valores de emissões e 30% função da evolução recente das emissões), eficiência (5% relacionado com nível de eficiência energética e 5% com a evolução recente), e ainda o recurso a energias renováveis (8% em função da evolução recente e 2% função do peso do total de energia primária de fontes renováveis). Os restantes 20% baseiam-se na avaliação de cerca de 280 peritos dos países analisados (no caso de Portugal foram consultados peritos da ZERO e do GEOTA). O CCPI 2017 foca-se particularmente na questão da política nas áreas das energias renováveis e eficiência energética, por se considerar que estas são as principais vias para a mitigação das emissões de gases com efeito de estufa (GEE), e considera também as emissões associadas à desflorestação.

Tal como no ano passado, há, na opinião dos peritos, uma insatisfação generalizada em relação às medidas tomadas por cada país para assegurarem, à escala global, um aumento de temperatura inferior a 2,0 / 1,5 ºC em relação à era pré-industrial, havendo também uma opinião muito crítica em relação ao nível de ambição da União Europeia.

Foto: Anabela Loureiro