A associação ambientalista ZERO apresentou a solução que promove a economia circular na ilha de S. Miguel, nos Açores, que permite poupar 20 milhões de euros, criar emprego e aumentar a reciclagem. A proposta em causa inclui a instalação de uma unidade de Tratamento Mecânico e Biológico (TMB).
A ZERO apresentou a vários orgãos de soberania e entidades oficiais, através de ofícios enviados no dia 20 de Dezembro, uma proposta de tratamento para as 60 mil toneladas de resíduos urbanos indiferenciados produzidos na Ilha de S. Miguel nos Açores, a qual permitirá poupar, no mínimo, 20 milhões de euros no financiamento, criar mais de 20 postos de trabalho, reciclar 30 mil toneladas de resíduos, evitar a emissão anual de seis mil toneladas de CO2 e produzir praticamente a mesma quantidade de energia do que a prevista para o projecto original de incineração de resíduos urbanos.
A proposta em causa inclui a instalação de uma unidade de Tratamento Mecânico e Biológico (TMB) que receberá as 60 mil toneladas de resíduos urbanos indiferenciados gerados na ilha, conseguindo reciclar 50% dos mesmos, pelo que só sobrarão 30 mil toneladas de resíduos urbanos para enviar para incineração, às quais se poderão juntar cinco mil toneladas de outras tipologias de resíduos, podendo-se assim reduzir a necessidade de incineração de 70 mil para 35 mil toneladas.
A ZERO lamenta profundamente que, até ao momento, não tenha havido visão política e técnica para tomar as medidas adequadas para a gestão dos resíduos na ilha, que passam por uma política de prevenção e pela introdução de um sistema de recolha selectiva porta-a-porta que inclua a recolha de resíduos orgânicos e por um sistema PAYT (pagar só os resíduos que não são separados). A implementação desta abordagem pode permitir evitar a construção de uma unidade de incineração.
A associação ambientalista espera que, com a recepção destes dados, as entidades competentes (nacionais e regionais) reformulem o projecto de incineração, no sentido de, no mínimo, incluírem a montante do incinerador uma unidade de TMB para todos os resíduos urbanos indiferenciados, que, como demonstrado, reduz para metade a necessidade de incineração, favorece as contas públicas, o emprego e o ambiente.