O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, fala da importância de descarbonizar as economias e das medidas que o actual Governo se encontra a implementar para atingir esse objectivo.
‘Descarbonizar’, por estes dias, parece ser ‘palavra de ordem’. Esta ideia é partilhada pelo ministro do Ambiente que adverte para o facto de “caso se mantenha o actual nível de emissões mundial, antes de 2040 será atingida a concentração de gases com efeito de estufa que conduzirá a um aquecimento global de 2ºC, ponto crítico para o equilíbrio do sistema climático e que pode conduzir a consequências catastróficas”.
Perante este cenário, a Magazine Imobiliário perguntou a este governante que caminhos o Governo português está a seguir para materializar esta questão, uma vez que diminuir o consumo de energia, a dependência dos combustíveis fósseis e a redução de emissão de dióxido de carbono parece ser uma tarefa ‘hercúlea’, ainda mais quando se tem em consideração áreas como a dos transportes ou do edificado.
De acordo com o ministério do Ambiente, actualmente, está a iniciar-se a revisão do Roteiro Nacional de Baixo Carbono para 2050, “precisamente para dar resposta concreta a essas questões”, esclarece o ministro.
João Pedro Matos Fernandes explica que “existem, de facto, alguns desafios, nomeadamente tecnológicos, mas estamos a assistir a um movimento global do mundo científico e empresarial que contribuem positivamente para este novo paradigma”. Dando o exemplo dos recentes desenvolvimentos nas tecnologias de armazenamento de renováveis e nas viaturas eléctricas.
Ainda assim, o governante salienta que, “apesar de aguardarmos os resultados do novo Roteiro de Baixo Carbono para 2050, que irá definir uma estratégia concreta de descarbonização da nossa economia, com o objectivo de sermos neutros em emissões no início da segunda metade do século, estamos já a adoptar medidas concretas”.
Entre essas medidas está, através do apoio do Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR), acções que promovam o aumento da eficiência energética e a utilização de energias renováveis nos edifícios e equipamentos da Administração Pública, que conta com uma dotação de 100 milhões de euros, num total de 200 milhões de euros disponíveis.
Está também o lançamento do Programa Casa Eficiente, direccionado para a habitação particular, que será implementado através da Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário (CPCI) e que vai beneficiar de uma linha de financiamento do Banco Europeu de Investimento, no montante de 100 milhões de euros, e do investimento de um intermediário financeiro, em montante igual, disponibilizando 200 milhões de euros.
Está ainda, através de programas mais abrangentes, como o Instrumento Financeiro para a Reabilitação e Revitalização Urbanas (IFRRU), disponível cerca de 700 milhões de euros, ao qual acrescem, em igual valor, os capitais da banca comercial.
O ministro salienta ainda a expansão das redes das redes de metro de Lisboa e do Porto, com um investimento de 500 milhões de euros; a renovação das frotas dos operadores de transportes públicos coletivos de passageiros, mediante o incentivo à aquisição de 500 autocarros a gás ou eléctricos. “Lembro ainda que já foi instalado o primeiro corredor rápido para veículos eléctricos, entre Lisboa e o Algarve e, em breve, vamos completar a instalação dos 50 postos de carregamento rápido para que a mobilidade eléctrica deixe de ser apenas um fenómeno urbano”, acrescenta.
“Estas são apenas algumas das medidas para promover a mobilidade suave mas há outras, como o projecto U-Bike, que vai dotar as universidades de um sistema partilhado de bicicletas”, conclui.
Foto: Anabela Loureiro