Dia 13 de Maio, a Biblioteca do Museu de Arte Contemporânea de Serralves recebe Andres Lepik para a conferência alusiva à temática “Ética e estética: reclamando o valor social da arquitectura”.

Andres Lepik é curador de exposições de arquitectura e autor de diversas publicações. Presentemente, a sua actividade centra-se em usar as exposições no museu como uma plataforma activa para implicar os visitantes nas questões da arquitectura contemporânea e em contribuir, enquanto curador, para alterar a percepção pública da arquitectura e da sua relevância social. No seu mais recente livro, “Moderators of Change” (Moderadoras da Mudança), Lepik apresenta exemplos de envolvimento social na arquitectura a uma escala global e explora várias estratégias de como pode o design influenciar na prática as comunidades carenciadas. 

No âmbito desta visão, a conferência “Ética e estética: reclamando o valor social da arquitectura” tem também por base toda uma evolução temporal que merece ser revisitada.

A arquitectura modernista interessou-se profundamente pela relevância social da disciplina: a conferência dos CIAM de 1929, realizada em Frankfurt, teve como tema “Bauen für das Existenzminimum” (Construir para o rendimento mínimo); e a primeira exposição de arquitetura do MoMA – “Modern Architecture: International Exhibition” (Arquitectura moderna: Exposição internacional) –, em 1932, apresentava de par com as luxuosas casas de Le Corbusier e de Mies van der Rohe toda uma sala dedicada à questão do melhoramento dos bairros de lata. Mas o impacto dessas teorias e afins não durou muito: só nos anos 1960 a questão viria a ser de novo abordada, quando alguns arquitectos – como Aldo van Eyck, Ralph Earskine e Giancarlo de Carlo – procuraram explorar as formas como o design poderia responder mais diretamente às necessidades reais e às expectativas da sociedade. Após a crise económica de 2008 emergiu um novo grupo de arquitectos que reclamam a dimensão social da arquitectura. Os seus projectos e o seu trabalho com comunidades carenciadas por todo o mundo estabelecem uma ponte entre um conhecimento profundo das condições locais e um entendimento geral dos problemas globais.

A moderação da conferência estará a cargo de Jorge Figueira arquitecto e professor do Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra e do Programa de Doutoramento em Arquitectura da FAUP.

Foto: Fundação Serralves