Esta é uma das grandes preocupações que o presidente da Ordem dos Arquitectos, João Santa-Rita, revelou no 14.º Congresso dos Arquitectos, que decorreu em Viseu.

João Santa-Rita afirmou que vê “com grande preocupação a depreciação e desvalorização do trabalho dos arquitectos e isso reflecte-se na forma como o trabalho é encomendado, como é quantificado e renumerado”. Na sua opinião, “face à crescente responsabilização e face às crescentes necessidades de uma sociedade mais exigente e mais necessitada, este trabalho não pode continuar a ser desqualificado e desvalorizado”, defendendo que “não é possível que isto suceda numa área profissional tão importante, marcante e com uma relevância tão grande para a vida das pessoas”.

Outra problemática apontada pelo presidente da Ordem dos Arquitectos prende-se com o facto de serem “pouco chamados a participar” nas orientações gerais e decisões do País. E deu um exemplo: “Temos um organismo que tutela e dá as grandes orientações sobre legislação, nomeadamente com a área da construção em que os arquitectos estão incluídos, mas é um organismo que não tem um único arquitecto como funcionário”.

A questão da legislação portuguesa também não foi descurada no congresso, referindo, a este propósito, que “não há nenhum arquitecto que se sinta confortável com a legislação vigente”, considerando se grata de “uma questão transversal a todos os arquitectos”.