O Concurso Prémio Universidades Trienal de Lisboa Millennium bcp 2016, inserido na 4ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa, já escolheu o vencedor. O mesmo será apresentado na próxima edição do ‘The Form of Form’.
André Tavares (curador geral, com Diogo Seixas Lopes, da 4.ª edição da Trienal de Arquitectura de Lisboa) explica que “o prémio Universidades Millennium bcp deu a oportunidade a centenas de estudantes em 14 escolas de arquitectura em Portugal para convergir o seu olhar e o seu conhecimento num lugar específico, Sines. As respostas de projecto que vão estar expostas dão conta da qualidade e diversidade das competências do ensino da arquitectura em Portugal e o concurso deu lugar a um diálogo frutífero, não só entre escolas e profissionais, mas também com as comunidades que habitam a região”.
Este concurso teve como ponto de partida o território de Sines e contou com a curadoria de Rui Mendes e Marta Labastida, cujo exercício envolveu 14 escolas nacionais que apresentaram 56 candidaturas que revelam o espectro alargado das competências do ensino da Arquitectura em Portugal.
O Júri, composto por André Tavares, José Carlos Varela Lima (arquitecto em representação da Administração do Porto de Sines), Marta Labastida (comissária do Concurso Universidades), Nuno Mascarenhas (presidente da Câmara Municipal de Sines), Paulo David (arquitecto convidado em representação da Trienal de Lisboa e do Millennium bcp), Ricardo Pereira (arquitecto em representação da Câmara Municipal de Sines) e Rui Mendes (comissário do Concurso Universidades) e foi consensual na selecção da proposta vencedora.
‘A Terceira Água’, da autoria de Flora di Martino, Rita Martins e Saule Grybenaite, da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto foi o projecto vencedor, tendo suscitado uma reflexão relevante na reposta aos maiores desafios apresentados no contexto territorial de Sines: a conjugação de um núcleo urbano, indústria e estrutura portuária.Entre o
s participantes, foram muitos os projectos que se destacaram pela inovação e capacidade de contribuir para um debate pertinente e operativo em torno de Sines e da sua região. Como tal, foi também decidido atribuir duas menções honrosas para ‘De Encontro ao Mar’, da autoria de Carolina Dias e Cristina Silva, da Escola de Artes da Universidade de Évora, e ‘Atlas de Sines’ da autoria de Anna Villa, Beatriz Morgado, Constança Lino, João Costa, Luca Salermo, Marco Meggiato, Marina Vismara, Paulo César e Vera Cunha, da Universidade Autónoma de Lisboa.
A qualidade geral das propostas vai poder ser comprovada na exposição que resulta do Concurso Prémio Universidades, onde serão apresentados 20 trabalhos. Com inauguração prevista para 8 de Outubro de 2016, na sede da Trienal, ‘Sines: logística à Beira-Mar’ é uma das exposições do programa do ‘The Form of Form’. A exposição, não só irá ser representativa dos trabalhos das escolas participantes, dando visibilidade aos respectivos temas e conteúdos propostos, como permitirá tornar visíveis quais as principais competências e orientações nas várias instituições de ensino da arquitectura em Portugal.
Este concurso, que existe desde a 1ª edição da Trienal em 2007 com o apoio mecenático da Fundação Millennium bcp, tem como objectivo principal contribuir de forma activa para a discussão e pensamento sobre o território e a sua transformação. Esta nova edição do Concurso Prémio Universidades Trienal de Lisboa Millennium bcp 2016 conta ainda com três parceiros locais: Câmara Municipal de Sines, APS Porto Industrial e Logístico de Sines e Central Termoeléctrica de Sines – EDP.
Fernando Nogueira, da Fundação Millennium bcp, considera que “a arquitectura é um elemento cultural que condiciona e molda o ambiente urbano, as cidades, o território e a qualidade de vida dos cidadãos. É também uma área da actividade humana onde o talento português se tem afirmado de forma marcante além-fronteiras. A arquitectura é por isso para a Fundação Millennium bcp uma prioridade estratégica na sua acção mecenática”.
Sobre a obra vencedora – ‘A Terceira Água’ – a organização revela que é “uma proposta surpreendente, capaz de elevar a forma de discussão e debate das principais questões territoriais. A consideração da água como recurso permite à proposta desvincular-se das circunstâncias e limitações do terreno, propondo através dessa estratégia uma visão integradora no tempo e no espaço. As múltiplas escalas de intervenção são integradas, expondo uma metodologia capaz de associar uma ideia de paisagem à resolução objectiva de problemas de projecto. Trata-se de uma proposta que expande o campo de actuação da profissão e, com isso, demonstra a vitalidade da cultura arquitectónica e sua capacidade de responder aos desafios do presente”.
Já relativamente à Menção Honrosa – ‘De Encontro ao Mar’ – salienta que “a proposta torna visível a possibilidade de um projecto de Arquitectura ultrapassar as limitações do objecto e da encomenda, conferindo à intervenção construída uma dimensão territorial e cultural. Assim, aquilo que seria uma simples construção, ganha sentido na relação com o desmantelamento das infra-estruturas industriais (central termoeléctrica), dando destaque à problemática da renaturalização da orla costeira”.
E, por fim, no que diz respeito à Menção Honrosa – ‘Atlas de Sines’ – refere que a “obra sugere a actuação coordenada da arquitectura para resolver problemas específicos e, com esse conjunto de intervenções pontuais, gerar acções com um sentido estratégico. Sem recurso a grandes gestos nem a desenhos intrusivos, o Atlas de Sines consegue, pouco a pouco, conquistar uma posição de relevo e força para a arquitectura se tornar relevante na transformação da cidade”.