Arquitecta “versátil” e que “ataca criativamente problemas arquitecturais numa grande variedade de escalas no tecido urbano” foi determinante para o júri atribuir o prémio ArcVision – Women and Architecture a Inês Lobo.
Este prémio foi criado há dois anos pela multinacional italiana Italcementi Group e entre os dez membros do júri conta com a participação de Kazuyo Sejima, um dos membros do atelier SANAA de arquitectos japoneses que já receberam o prémio Pritzker, e Martha Thorne, directora do Pritzker.
A arquitecta portuguesa afirmou no sítio da Archdaily que está “surpreendida" com esta decisão e que se trata de “um prémio importante, com uma visão internacional, e também porque sublinha que ainda é difícil ser mulher e ser arquitecta". Acrescentou que fica “contente por receber o prémio numa altura em que se celebram os cem anos do nascimento de (Achilina) Bo Bardi", já que “há cem anos, era ainda mais difícil ser arquitecta”. A arquitecta em questão nasceu em Roma, em 1914, mas faleceu, em 1992, no Brasil, onde, aliás, deixou diversos projectos, como é o caso do edifício sede do Museu de Arte de São Paulo (MASP).
Inês Lobo dedicou este prémio “a todas as pessoas que fazem crer que a Arquitectura é uma maneira poderosa de construir um mundo melhor para todos, independentemente de serem homens ou mulheres”.
Formada na Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa, em 1989, leccionou a disciplina de projecto, sendo actualmente professora convidada no curso de Arquitectura na Universidade Autónoma de Lisboa. O seu ercurso profissional ficou marcado pela colaboração com o arquitecto João Luís Carrilho da Graça, entre 1990 e 1996, e com o arquitecto Pedro Domingos, entre 1996 e 2001, até se estabelecer no seu próprio ateliê em 2002. A sua obra arquitectónica passa pela construção de equipamentos, habitação, requalificação de edifícios e espaços públicos.