Começou hoje e vai decorrer até ao dia 1 de Novembro, em Lagos, o XV Encontro Nacional de Municípios com Centros Históricos. O dia de hoje ficou marcado pelos bons e maus exemplos na reabilitação urbana nacional.
A cerimónia de abertura foi realizada pela presidente da Câmara Municipal de Lagos, Maria Joaquina Matos, tendo o secretário de Estado da Administração Local, António Leitão Amaro, focado as temáticas das alterações à Lei do Arrendamento e da Reabilitação Urbana.
O dia de hoje ficou, no entanto, marcado pelas declarações do arquitecto José Aguiar, da ICOMOS-Portugal. Na sua apresentação subordinada ao tema “Reabilitação ou fraude?”, chamou a atenção para o facto da reabilitação urbana que se está a fazer em Portugal, na esmagadora maioria dos casos, ser nada mais do que construção disfarçada de reabilitação. E deu alguns bons e maus exemplos da arte de bem (ou mal) fazer reabilitação. Os edifícios da Baixa de Lisboa são bons exemplos de reabilitação urbana já que os edifícios são preservados não só na sua traça original como nos seus interiores e até mesmo nos mecanismos anti-sismícos, as designadas gaiolas pombalinas, são preservadas nas respectivas obras. Já como mau exemplo deu o Palácio das Cardosas, no Porto, onde explicou que reabilitar não é apenas manter as fachadas dos edifícios e destruir tudo o resto como foi feito neste caso.
Os desafios de gestão que cidades com centro histórico enfrentam vai ser o mote de debate deste evento organizado pela Associação Portuguesa dos Municípios com Centro Histórico (APMCH) e pela Câmara Municipal de Lagos – com o apoio da empresa municipal da Futurlagos –, que está a decorrer no Centro Cultural de Lagos.