A análise de conjuntura da FEPICOP revela que existe uma relativa recuperação da confiança empresarial e uma redução menos intensa do investimento. Tudo aponta para alguma estabilidade do nível de actividade do sector.
A Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) mostra que, embora o País continue a atravessar a maior crise de sempre, já começam a surgir os primeiros sinais positivos na evolução da confiança e perspectivas de emprego dos empresários, com subidas homólogas de 10,9% e de 11,9%, respectivamente, no trimestre terminado em Agosto, embora ainda se mantenham em níveis historicamente reduzidos e uma queda menos expressiva da carteira de encomendas.
Em todo o caso persistem sérias condicionantes à actividade, entre as quais a procura insuficiente e os aspectos financeiros, com destaque para o crédito às empresas do sector a cair quatro mil milhões de euros em Julho face ao período homólogo.
Em sentido contrário, o crédito à habitação registou um crescimento 17,1% face a Julho de 2012, embora reflectindo uma quebra de 81% face ao mesmo mês de 2010. Outro aspecto positivo a destacar é a diminuição, em Agosto e pelo sexto mês consecutivo, do número de desempregados oriundos do sector (- 1,3% face a Agosto de 2012), conquanto deste dado não se possa inferir um aumento efectivo de postos de trabalho na construção, uma vez que há outros fenómenos a considerar, tais como emigração, aposentações, perdas de direito a subsídio, entre outros.
Por outro lado, a queda registada no investimento em construção, de 13% no 2º trimestre de 2013 em termos homólogos e de 1,0% face ao trimestre anterior, traduz um forte abrandamento da tendência negativa dos últimos anos.
A procura no mercado residencial mantém-se negativa, com reduções homólogas das licenças, até Agosto, superiores a 20%, quer nas construções novas, quer nas obras de reabilitação e demolição. A área residencial licenciada caiu 31,4%, enquanto o número de fogos licenciados decresceu 38%. Já no segmento não residencial, a quebra da área licenciada foi de 7%, tendo continuado a aumentar só em edifícios industriais e agrícolas.
Por fim, assistiu-se a um aumento das intenções de investimento nas obras públicas, sobretudo em vias de comunicação, obras hidráulicas e de urbanização, com os concursos abertos até final de Agosto a crescerem, por força da administração central e em termos homólogos e em valor, 27,1%. Lamentavelmente, este aumento não se reflectiu ainda num aumento das adjudicações, que continuam no vermelho: -20% em valor em Agosto e em termos homólogos.
FEPICOP
Foto: Anabela Loureiro