O Palácio do Bolhão foi finalmente inaugurado, depois de muito tempo fechado, de mais de oito anos em obras e de um processo de reabilitação que se arrastou por 14 anos. Esta obra custou 2,6 milhões de euros, dos quais 60% foram provenientes de fundos comunitários e o restante de entidades públicas.
De acordo com o artigo do Imobiliário, publicado na Vida Económica, a reabilitação foi um percurso espinhoso e com muitas vicissitudes, mas que resultou numa recuperação feliz, conservando o esplendor do passado, que foi conseguida através do apoio de verbas comunitárias, de alguns apoios públicos, mas também do mecenato de empresas e de muitas pessoas anónimas.
O antigo Palácio do Conde de Bolhão, no número 342 da Rua Formosa, muito perto do emblemático Mercado do Bolhão - outro edifício à espera de um final feliz - representa a devolução à cidade de um bem patrimonial inestimável, já que constitui um dos mais belos edifícios da arquitectura portuense do século XIX.
Foi comprado pela autarquia, no início da década de 2000, e ainda esteve na lista de obras do Porto Capital Europeia da Cultura 2001, mas, contudo, poucos meses depois foi abandonada a ideia.
O processo de reabilitação do Palácio do Bolhão foi conduzido pela Academia Contemporânea do Espetáculo (ACE)/Teatro do Bolhão, entidade que dinamizará o espaço.
De acordo com Pedro Aparício, que com o actor António Capelo são responsáveis pela direcção do ACE/Teatro do Bolhão, a reabilitação do imóvel custou, até ao momento, 2,6 milhões de euros, sendo que 60% foram conseguidos através dos fundos comunitários e o restante de várias entidades públicas, como a autarquia, governo, e de muitos mecenas, alguns deles organismos e empresas conhecidas, mas, também, de muita gente anónima, que se associou ao projeto quando foram lançadas algumas campanhas, especialmente online, com o objetivo de terminar as obras. Foi o caso da recuperação da escadaria, uma das obras que ficou mais cara, e que agora, em forma de homenagem a todas as pessoas que contribuíram, tem a gravação dos nomes nos vários degraus.
A reabilitação do palácio ainda não está concluída, havendo um conjunto de salas, especialmente as interiores. Mas também o caso da sala de jantar, “que espera que uma empresa de Vinho do Porto possa tornar-se o seu mecenas na recuperação”, diz António Capelo. Contudo, o ACE está à espera do resultado de uma candidatura às verbas ainda disponíveis do Qren, no valor de 350 mil euros. Um montante de investimento necessário “para terminar as obras e reapetrechar as salas dos equipamentos em falta”, salienta Pedro Aparício. O projecto de reconversão do palácio esteve a cargo do arquitecto José Gigante e a empresa de restauro foi a Orlas – Conservação e Restauro.
Elisabete Soares