A construção iniciou 2015 com uma confiança reforçada na recuperação da actividade, mas os indicadores quantitativos teimam em não acompanhar a determinação dos empresários do sector, como revela a mais recente análise de conjuntura da FEPICOP.
Em Janeiro, os empresários do sector não só se mostraram optimistas quanto à evolução do volume de trabalho das suas empresas, como também revelaram um andamento mais positivo da respetiva situação financeira, ainda que uma procura insuficiente e aspetos financeiros tenham continuado a ser apontados como os maiores obstáculos ao desenvolvimento da actividade.
Com efeito, se, por um lado, o licenciamento de habitação registou um aumento homólogo de 8,2% na construção de habitação nova, já o relacionado com obras de reabilitação caiu 17,6%. No caso do segmento dos edifícios não residenciais as quebras do licenciamento foram registadas tanto ao nível da construção nova (-15,7%) como da reabilitação (-27%). No mercado das obras públicas, salienta-se uma redução, nos primeiros dois meses do ano e face ao mesmo período do ano passado, de 56% no valor dos concursos lançados e de 37% no que se refere valor aos contratos celebrados.
Relativamente aos condicionamentos financeiros, destaca-se a redução homóloga de 13,1%, em Janeiro, do crédito concedido às empresas de construção, o que contrasta com um aumento de 39,3% do crédito concedido à habitação, sem prejuízo de os valores envolvidos – 227 milhões de euros – traduzirem ainda níveis historicamente muito baixos. Corolário natural deste enquadramento, em Fevereiro de 2015, mantinham-se inscritos nos centros de emprego 75.420 desempregados oriundos da construção.
Foto: Anabela Loureiro