A Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista (CMM) acredita que as empresas portuguesas deste sector poderão, nos próximos 15 anos, triplicar o peso que têm no Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal. A meta é alcançar os 3%.
O administrador da CMM, Filipe Santos, em declarações à agência Lusa, refere que “tem havido um crescimento grande do sector e hoje trabalhamos não só com os produtos tradicionais, mas também com os produtos 'premium' (óleo e gás), em que o papel da estrutura metálica é sempre mais importante”. Acrescentando que tal implica “um volume de construção maior” e um “volume de facturação significativamente maior”.
Refira-se que as empresas deste sector exportam mais de 80% do que produzem e representam, actualmente, 1% do PIB português nacional. Este é um valor que as mesmas pretendem triplicar e que, segundo o administrador da CMM, dado “o crescimento que estamos a sentir de ano para ano, acho que o difícil é não atingir esse objectivo”.
Esta meta só é possível de ser alcançada porque as empresas “não estão dependentes do mercado nacional, estão todas internacionalizadas e com produtos premium”. A estes factores junta-se ainda o facto de ter existido uma grande evolução tecnológica da indústria do aço, uma previsão de subida dos preços das matérias-primas na próxima década e de os metais serem 100% recicláveis.
As empresas deste sector estão concentradas no Norte do País, garantindo mais de 16 mil postos de trabalho directos e tendo atingido, em 2014, um volume de negócio superior a 1.500 milhões de euros. Os principais destinos são a África, sobretudo Angola, a França, a Bélgica, a Holanda, o Magrebe e a América Latina. Apesar deste peso, Filipe Santos salientou com pesar que “se compararmos o nosso sector com o do calçado ou o do têxtil, vê-se que os nossos números são muitíssimo superiores. Só que é tido como um parente pobre”.
A evolução do sector de construção metálica e mista para os próximos 15 anos vai ser abordada, esta sexta-feira, na conferência subordinada ao tema “Construção Metálica em 2030” que decorrer no Instituto Superior Técnico, em Lisboa.
Foto: Anabela Loureiro