A Confederação Portuguesa da Construção e do Imobiliário revelou que nos primeiros três meses de 2015 houve um aumento de novas habitações e de novos licenciamentos. Algo que já não se verificava desde 2002.
Segundo a CPCI, nos primeiros três meses do ano, foram construídas 1797 habitações novas, traduzindo-se num aumento de 14,6% em relação ao período homólogo do ano passado. Do mesmo modo, o investimento cresceu 8,5% e o valor acrescentado bruto aumentou 7,6%, indicadores que estavam em queda consecutiva desde o primeiro trimestre de 2002. Também o desemprego do sector recuou 21,8%, em Abril, enquanto o número de insolvências caiu 20,6%.
Este cenário é francamente animador para o sector da construção tendo em conta que, nos últimos cinco anos, a quebra acumulada do investimento na construção foi de 43,6%, enquanto a produção no sector recuou, em termos acumulados, 32% ao nível das obras públicas e 58% na habitação.
A associação revelou que, entre 2010 e 2014, o número de novas habitações e novos licenciamentos caiu 70%, enquanto os concursos abertos e adjudicados foram 40 a 60% inferiores neste período. De igual modo, a quebra acumulada no consumo de cimento foi de 59%.
Como resultado destas quebras a vários níveis, perderam-se 260 mil postos de trabalho e desapareceram 37 mil empresas na construção. Números que ainda estão muito longe de ser ultrapassados, uma vez que a crise neste sector ainda está para durar.
Foto: Anabela Loureiro