A mais recente análise de conjuntura da FEPICOP revela que a construção continuou, nos primeiros meses de 2015, a revelar um “comportamento assaz instável”. Embora tenha existido a “melhoria de alguns dos indicadores da actividade”, assistiu-se também ao “agravamento de outros”.

Segundo o comunicado da federação, os pontos positivos a apontar são “a confiança dos empresários, o crédito à aquisição de habitação e a avaliação bancária para o efeito, o licenciamento de habitação e o desemprego oriundo do sector”. Já como pontos negativos, salienta “o crédito às empresas, a procura, o licenciamento no segmento não residencial, o emprego assegurado pelo sector e o mercado das obras públicas imprimem um andamento manifestamente negativo da actividade”.

Em Março de 2015, adianta a FEPICOP, os empresários da construção revelavam estar mais optimistas do que no período hómologo de 2014 no que concerne à produção do sector, nível de actividade e situação financeira incluídos. “A este sentimento pode não ter sido alheio o facto de, nos primeiros três meses do ano, o crédito à habitação ter registado um aumento homólogo de 43%, tendo atingido os 715 milhões de euros, ainda assim incomparável com os 2.476 milhões de euros concedidos em igual período de 2010”, refere o documento. Do mesmo modo, em Abril, “o valor médio da avaliação bancária apresentou também uma subida de 2,6%, para os 1.016 euros o m2”.

Contudo, o crédito às empresas manteve-se em queda, tendo registado, em Março, “uma redução homóloga de 12,7% e as empresas continuaram a apontar como maiores condicionantes à actividade a procura insuficiente e os aspectos financeiros”.

A FEPICOP avança que, durante o primeiro trimestre de 2015, foram licenciadas 2.175 obras, ou seja, mais 4,8% em termos homólogos. Mau grado, enquanto as licenças de construção de habitação nova aumentaram 15,6%, as obras de reabilitação caíram 11,8%. Já no segmento não residencial as quebras do licenciamento foram observadas tanto na construção nova (-8,2%) como na reabilitação (-14,7%) e, devido à forte redução de 43% registada nos edifícios industriais, a área licenciada caiu 8,6%.

Até ao final de Abril foram promovidos 625 concursos de empreitadas de obras públicas, com uma quebra em valor de 41% face ao período homólogo de 2014. Também o volume de contratos celebrados nos primeiros quatro meses de 2015 caiu 41% relativamente ao registado no primeiro quadrimestre do ano passado.

Relativamente ao número de desempregados com origem na construção apresentou uma redução homóloga em Abril de 21,8%. No entanto, esta diminuição não tem par no emprego assegurado pelo sector, o qual, no primeiro trimestre de 2015, registava menos 5.800 postos de trabalho face ao último trimestre de 2014 e menos 8.100 face ao trimestre homólogo.

Foto: Anabela Loureiro