Depois de ter sido chumbado o projecto da Sonae para um espaço comercial e de lazer junto ao IC19, o projecto foi agora reformulado. Face a este avanço, a Câmara Municipal de Sintra (CMS) pretende debater novamente o Plano de Pormenor da Abrunheira Norte (PPAN) de forma a viabilizar este projecto.
O presidente da CMS, Basílio Horta, em declarações à agência Lusa no âmbito de uma presidência aberta à União das Freguesias de Sintra, explicou que o presente plano pretende “pegar num espaço que hoje está ao abandono e fazer finalmente um parque industrial requalificado de que Sintra precisa” e que, para o efeito, vai tentar apelar a “um consenso global sobre o projecto”.
Recorde-se que em Janeiro deste ano, após discussão pública, a proposta do PPAN foi suspensa. O projecto inicial contemplava a construção de uma área comercial da Sonae que incluía desde serviços e hotéis, até um parque urbano designado por “Sintra dos Pequeninos” que replicava miniaturas de monumentos da vila.
O presidente da autarquia sintrense adiantou que o projecto agora reformulado tem um “diminuição sensível da área comercial” em cerca de 40%. Assim, na área de 70,5 hectares, vai ser implementada uma área comercial de apenas 24.000m2, dos quais 4.000m2 vão ser abrangidos pelo sector alimentar (supermercado) e os restantes por logística e outros tipos de comércio. O mesmo prevê a recuperação de armazéns em ruínas para escritórios, a construção de um hospital privado com 15.000 m2, dois hotéis (um já aprovado), o parque urbano com 20 hectares mas sem a “Sintra dos Pequeninos”. Está ainda previsto a ampliação da escola básica da Abrunheira e a construção de uma unidade de saúde familiar pública.
Basílio Horta referiu que este projecto representa “um investimento de 125 milhões de euros e cerca de 2.000 postos de trabalho” mas reconhece que existe o problema da “mobilidade e do trânsito” que espera que possa ser “ultrapassado e resolvido”. As vozes críticas juntam ainda a estes problemas as questões da perda do comércio local, do aumento da pressão imobiliária sobre zonas sensíveis do concelho e o impacto visual causado pela construção na fronteira do Parque Natural de Sintra-Cascais e da zona classificada pela UNESCO.