A administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) revelou que foram concretizadas obras de reparação em 17 cais fluviais, que representaram um investimento global de 600 mil euros. Estas intervenções ocorreram num ‘ano histórico’ para o turismo fluvial da região.

A responsável pela Delegação do Douro da administradora da APDL, Raquel Maia, em declarações à agência Lusa, adiantou que foram realizados trabalhos de requalificação, de melhoria de redes de água e energia, de conservação e de reparação em 17 cais fluviais com o objectivo de providenciar melhores condições de segurança, operacionalidade e conforto aos utentes da Via Navegável do Douro (VND). Para 2016 estão previstas pequenas intervenções de melhoramento em 12 infra-estruturas.

Raquel Maia explicou que “estes cais são um elemento importante para o turismo de cruzeiro, mas também para outro tipo de turismo. Queremos que sejam também um espaço de estar para os habitantes e para os turistas que chegam aqui sem ser pelo rio”.

Por isso mesmo, está a ser feita uma avaliação das necessidades de intervenção em infra-estruturas fluviais, que visam, em alguns casos, uma ampliação com vista a terem capacidade para poderem receber barcos hotéis. Tal é o caso, a título de exemplo, do cais de Sabrosa (cujo objectivo é aumentar a capacidade para seis postos de acostagem na foz do rio Pinhão e criar um posto de acostagem em Ferrão), Leverinho, Castelo de Paiva, Entre-os-Rios, Foz do Távora, Ferradosa e Barca d’Alva.

Um outro plano que se encontra em fase de elaboração e regulamentação, em parceria com os municípios, é a implementação de um sistema de recolha dos resíduos das embarcações turísticas.

A APDL assumiu, no início de Junho deste ano, a gestão da VND que anteriormente se encontrava a cargo do Instituto da Mobilidade e dos Transportes. No mês seguinte, esta associação apresentou o projecto VND - Douro's Inland Waterway 2020, orçado em 74 milhões de euros, que deverá estar concretizado num prazo de cinco anos e que visa melhorar a navegabilidade, segurança e comunicações, potenciando o transporte de mercadorias e permitindo que o rio seja utilizado 24 horas por dia.

A primeira fase de estudos do projecto já foi aprovada, tem um prazo de dois anos e conta com um investimento de 4,7 milhões de euros. Em curso está o levantamento hidrográfico do canal de navegação que tem por objectivo elaborar uma carta hidrográfica e electrónica que vai servir de base à implementação do sistema de comunicações River Information Service (RIS). Paralelamente está também em elaboração o plano de emergência com o objectivo de preparar as diversas entidades que operam no rio Douro para eventuais situações de calamidade.

Todas estas operações estão a ser implementadas depois de se ter apurado que 2015 foi um ‘ano histórico’ para o turismo fluvial no Douro. Cerca de 760 mil passageiros viajaram até Outubro de 2015 pela VND em pequenas embarcações, cruzeiros de um dia ou barcos hotéis, ultrapassando o máximo atingido em todo o ano de 2014.

“Está claro que o rio Douro vai de vento em popa enquanto canal de navegação turística”, salientou Raquel Maia.

Foto: Turismo Porto e Norte