A Garcia, Garcia (GG), construtora nacional especializada na concepção e execução de edifícios industriais, está a construir no Parque Empresarial da Ermida, em Santo Tirso, de que é proprietária, a segunda fábrica em Portugal da multinacional brasileira WEG.

Num curto espaço de tempo, este é o segundo projecto chave-na-mão da construtora para uma multinacional, dado que é também responsável pela concepção e construção da fábrica da Eurocast, em Arcos de Valdevez. Os dois são investimentos internacionais que a GG contribuiu para fixar no país, tendo contado com a colaboração em ambos os projetos da imobiliária Predibisa.

A localização em Portugal “concorreu” directamente com outras opções de investimento, mas acabou por ser apontada como a mais favorável à implementação do projecto. À semelhança de outros investimentos estrangeiros que a GG ajudou a fixar em Portugal, onde se destacam os das multinacionais Eurocast (concluído em Setembro), BorgWarner (Viana do Castelo) e Leica (Famalicão), a construtora participou na definição da localização e em todos os processos com vista à implementação da unidade industrial no nosso país. Foi ainda responsável pelos projectos de arquitectura e engenharia e está a desenvolver a sua execução.

“O desenvolvimento de parques empresariais pela GG – além da Ermida, construímos e exploramos o de Mide, Guimarães – favorece a implementação deste tipo de projectos, uma vez que disponibiliza terrenos para utilização industrial, devidamente infraestruturados e preparados para receber unidades industriais de média e grande dimensão”, afirma Miguel Garcia, um dos três irmãos da quarta geração que lidera a construtora familiar de Guimarães.

Por sua vez, João Leite Castro, responsável pelo departamento Industrial da Predibisa, afirma que “a concretização destes negócios só foi possível devido à eficiente localização dos terrenos, à colaboração e apoios camarários, assim como à rapidez e à qualidade da proposta chave-na-mão, facilitando assim o trabalho dos responsáveis pelos projectos dos nossos clientes e consequentemente a sua aprovação e financiamento dentro da organização”.

Actualmente um dos top três players mundiais na área da fabricação e comercialização de motores eléctricos e outros equipamentos eléctricos, a brasileira WEG estabeleceu-se em Portugal em 2002, na Maia. A multinacional prepara-se agora para expandir a sua presença, construindo uma segunda unidade em Portugal. “A fábrica da WEG na Maia encontrava-se no limite da sua capacidade instalada. Com esta nova instalação, a empresa reforça a sua capacidade de produção, passando para as novas instalações a linha de produção de motores até três toneladas e meia”, refere o director Geral da WEG António Duarte. A produção de equipamentos de outras dimensões mantém-se na unidade maiata, a primeira da WEG na Europa.

Este investimento de 15 milhões de euros numa nova unidade fabril no concelho de Santo Tirso que contará com cerca de 150 colaboradores, contribuirá determinantemente para a dinamização da economia local.

De referir que a WEG dedica-se à produção e à comercialização de motores e outros equipamentos eléctricos, estando representada nos cinco continentes e possuindo instalações fabris em países como Brasil, Argentina, México, EUA, Portugal, Áustria, Alemanha, África do Sul, Índia e China, com aproximadamente 30.000 colaboradores.

Com conclusão prevista para este mês, o projecto desenvolve-se num terreno com 44.100 m2, inserido numa parcela com 100.000 m2, permitindo a esta nova unidade responder a potenciais necessidades de desenvolvimento da empresa.

De salientar que a implementação da fábrica em Santo Tirso se apresentou como um desafio de engenharia, tendo exigido um complexo processo de terraplanagem e de movimento de terras. Em função das características do terreno, foram utilizadas cerca de cem toneladas de explosivos e movimentados cerca de 700.000 m³ de terras.

O know-how da GG na conceção e execução de edifícios industriais, permitiu-lhe definir uma solução estrutural em betão que, além de potenciar a segurança contra incêndios do edifício, promove a rapidez da implementação estrutural da obra.

De modo a responder às necessidades da multinacional, outro dos desafios assumidos pela GG em fase conceptual, foi a maximização da área útil interior e a eliminação de obstáculos físicos estruturais na área de produção. Para o efeito, foi concebida uma malha estrutural alargada, reduzindo o nº de pilares no interior da área de produção, favorecendo a liberdade e modularidade na definição e implementação do layout industrial por parte da WEG.