A afirmação é de César Neto, presidente da recém-eleita Associação dos Industriais da Construção de Edifícios (AICE). Dando já mostras de ser uma entidade bastante activa, foi ao Parlamento levar diversas preocupações e reivindicações em prol da fileira imobiliária.
Esta comitiva foi chefiada pelo presidente da associação que se fez acompanhar por mais dois elementos da direcção, Lisete Castro e José Vidigal, a qual foi recebida na Assembleia da República, pela Comissão de Economia, Inovação e Obras Públicas do PSD.
Em comunicado a nova AICE explica que se assume “dinâmica e interventiva” (lema da sua candidatura) e que “procura já ser o porta-voz activo e credível das PME do sector”. Por isso, na audiência parlamentar apresentou aos deputados um “conjunto de preocupações dos seus associados, mais relevantes, como contributo para eventuais iniciativas legislativas e de outro tipo, procurando que o sector ultrapasse a actual fase anémica e um passivo amadorismo evidente”, refere o documento.
Esta associação defende que “o poder político deverá ser mais rigoroso e eficaz nas matérias relacionadas com a fileira imobiliária”.
E para que isso aconteça, de acordo com a AICE, sobretudo em matérias como o “Orçamento de Estado 2016, o contínuo agravamento da fiscalidade para quem cria valor impostos múltiplos, IMI sobre andares por vender, mais-valias taxadas em espiral, valor patrimonial versus valor de mercado, ajustamento da fórmula de cálculo, dificuldade das PME, acesso a financiamentos da banca, restrições nos incentivos, a preterida e subalternizada representatividade das PME da fileira imobiliária, dumping falseador da concorrência nos concursos públicos e nas obras privadas, falta de responsabilização e de fiscalização adequada sobre os players do sector, tribunais pouco céleres e burocratas, legislação em geral muito instável, indemnizações do Estado pelo risco dos negócios da responsabilidade dos privados, a construção e o imobiliário - o filho pródigo -, apesar do contributo no PIB e no emprego, a par da formação profissional deficitária e desajustada da realidade, em especial na reabilitação”.
A AICE fez já saber que fez outros pedidos de audiências, nomeadamente junto dos ministros da Economia e do Planeamento, bem como do presidente da Câmara Municipal de Lisboa.