A Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas (FEPICOP) declarou que, em 2016, os indicadores da actividade da construção mantêm-se a “um nível decepcionante”. E explica as razões desta afirmação.
Em comunicado, e tendo por base os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Índice de Produção da Construção continua a evoluir de forma negativa, tendo registado uma quebra superior a 4% durante os dois primeiros meses do ano, enquanto o consumo de cimento caiu 7% no mesmo período.
Pelo contrário, as perspectivas de evolução futura são positivas, com a procura dirigida ao sector a recuperar, tal como indica o crescimento observado no licenciamento de novas construções e o significativo acréscimo registado pelo valor dos concursos públicos promovidos face ao ano passado.
No que respeita ao mercado residencial a FEPICOP destaca o aumento de 10% no número de fogos novos licenciados até Fevereiro de 2016 e a subida de 8,6% na área licenciada para esse fim no mesmo período. Já o crédito novo concedido para aquisição de habitação continua a evoluir de forma expressiva (+53% em Janeiro), embora o montante concedido mensalmente se encontre ainda longe dos valores alcançados em períodos anteriores (347 M€ concedidos em Janeiro de 2016, face a 1.582 M€ concedidos 10 anos antes, em Janeiro de 2006). Ainda assim, o número de fogos transaccionados em 2015 subiu 27% face a 2014, alcançando os 107 mil (mas apenas 20% dos quais eram novos).
Relativamente ao licenciamento de edifícios não residenciais a recuperação é ainda mais significativa, com um crescimento de 22% até Fevereiro, após uma queda de 2,3% ao longo de 2015.
Também os indicadores associados ao mercado das obras públicas apontam para uma realidade actual menos favorável do que o previsto, mas com sinais positivos quanto ao desenvolvimento futuro da actividade ligada a este tipo de trabalhos. Assim, tendo o valor dos contratos celebrados até ao final de Março caído 36% face ao período homólogo, observou-se, nesse trimestre, um acréscimo de 24% no valor dos concursos de obras públicas promovidos, o que permite antecipar um aumento, ainda em 2016, da actividade deste mercado.