A inauguração do Túnel do Marão decorreu no dia 7 de Maio, pondo termo a um ciclo marcado pela construção nova ao nível das grandes obras públicas em Portugal. Durante o primeiro dia em que abriu ao trânsito, 8 de Maio, foi atravessado por mais de 13 mil veículos conforme divulgou a Infraestruturas de Portugal (IP).

Na cerimónia de inauguração, o Primeiro-Ministro António Costa considerou que o dia da inauguração do Túnel do Marão era “um dia histórico” mas que “só se cumprirá se o Produto Interno Bruto desta região convergir para um novo patamar de desenvolvimento”. Conforme explicou, o Produto Interno Bruto por pessoa de Trás-os-Montes é 61% do Grande Porto, que fica a uma hora de caminho, e 50% do da média da União Europeia.

Face a estes valores, considerou que “as infra-estruturas são condições necessárias ao desenvolvimento mas não são condições suficientes”. Por isso, António Costa defendeu que para se aproveitar bem esta infra-estrutura “precisamos de ter uma nova visão estratégica” e diferente daquela que o País teve durante muitos anos que transformou o interior nas traseiras do litoral e “serviu para Portugal afirmar a sua independência” virando as costas a Espanha. Neste sentido, defendeu que “hoje não podemos continuar a ver o interior como as traseiras do litoral, temos que o ver como a porta de entrada para um único mercado único europeu, que começa no mercado único ibérico”.

O governante salientou que este túnel “representa a continuação do combate secular dos transmontanos para domar a força do Douro ou para construir os socalcos dos vinhedos”, representa também a capacidade da engenharia portuguesa e o valor dos autarcas “que se bateram durante anos para que esta obra fosse realizada”.

Recorde-se que a auto-estrada que liga Amarante a Vila Real tem 30 km, dos quais 5,6 km são em túnel - o Túnel do Marão - e 12 viadutos. A obra reduz o tempo de percurso entre esta reagião de Trás-os Montes e do Alto Douro e o Minho e o Porto, aumentando também a segurança rodoviária.

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