Um grupo de trabalho criado pelo Governo e integrado pela Confederação Portuguesa da Construção e Imobiliário (CPCI) identificou projectos estruturantes e fundamentais para a competitividade da economia. A grande conclusão é que o País necessita de investimentos estratégicos e de valor acrescentado.

A CPCI salienta que as conclusões ontem apresentadas pelo "Grupo de Trabalho para as Infra-estruturas de Elevado Valor Acrescentado", constituem um passo imprescindível na definição de um plano e de uma calendarização de investimentos estruturantes, pressuposto de uma estratégia de crescimento consolidado, alavancada na identificação e planeamento de projectos que são fundamentais para o desenvolvimento da actividade económica e do emprego.

O relatório reflecte uma visão consensual por parte dos agentes económicos e coloca em destaque 30 obras classificadas com uma pontuação mais elevada, de valor superior a 2,5 milhões de euros, que dão resposta a necessidades concretas da economia, apontando investimentos essenciais para que as empresas nacionais, de todos os sectores, possam ser mais competitivas.

Além destes 30 projectos o grupo de trabalho identificou muitas outras prioridades, seja no domínio rodoviário, ferroviário, portuário ou aeroportuário, que não podem deixar de ser consideradas, especialmente no momento da definição do novo QREN. Ao todo estão em causa 89 projectos, a que se junta o plano de proximidade das Estradas de Portugal.

De igual modo, afirma a CPCI, torna-se imprescindível o alargamento do debate, incluindo outras dimensões relevantes que não foram objecto de análise, como é o caso dos investimentos na área social, na saúde, na segurança, no ambiente e orla costeira, na manutenção e conservação das infra-estruturas existentes, uma necessidade que, por razões de segurança pública, não pode ser descurada.

É necessário agora que o Governo construa rapidamente uma estratégia assente numa visão global alargada a toda a sociedade, que estabeleça as prioridades do novo pacote financeiro para o período 2014-2020, alinhando-as com as orientações europeias assumidas na Estratégia Europa 2020, que tem por objectivo um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo.

O diagnóstico consensualizado entre entidades privadas e públicas envolvidas neste grupo de trabalho, é claro e aponta para os graves constrangimentos e lacunas ao nível da rede de infraestruturas, que constituem sérios entraves à actividade económica, pelo que é manifesto que o País precisa de novos investimentos para ser competitivo e crescer.

Foto: Anabela Loureiro