O Grupo Quadrante tem, neste momento, cerca de 250 projectos em elaboração e, de acordo com o administrador Nuno Costa, espera chegar a 2020 com um volume de facturação de 20 milhões de euros. O seu portfólio conta com projectos emblemáticos, entre os quais o Bay View - Auchan Cascais.

A Quadrante foi fundada em 1998. Sabendo que têm desenvolvido a vossa actividade de forma constante e sustentada, como define o vosso crescimento?

Essencialmente, o nosso crescimento tem sido fomentado pelos nossos clientes. Faz parte da cultura da empresa procurar servir os clientes como a nós próprios, procurando identificar e entender as suas necessidades, tratar os seus recursos com muito cuidado, e procurar que tenham o máximo de sucesso nos seus investimentos. A procura repetida por parte dos nossos clientes tem fomentado o crescimento natural e sustentado da empresa desde os três colaboradores iniciais em 1998 até aos 160 de 2017.

Que tipo de serviços disponibilizam aos vossos clientes?

A organização encontra-se dividida em sete áreas de negócio: Edifícios (hotéis, residenciais, shopping centres, hospitais, escritórios); Transportes (rodovias e ferrovias); Indústria (sector de energia, indústria mineira, indústria de Oil&Gas e instalações industriais); Aeroportos; Hidráulica (sistemas de abastecimento, drenagem e tratamento de água, barragens, Planeamento Hídrico, etc.); Novas Cidades (planeamento urbano e infra-estruturas de novas cidades); e Ambiente (Estudo de Impacte Ambiental, Due Dilligence, Monitorização Ambiental, Planeamento Ambiental Estratégico, Alterações Climáticas). Para cada uma destas áreas de negócio, o grupo fornece exclusivamente serviços de Consultoria em Engenharia. Embora tenhamos solicitações repetidas, não fazemos fiscalização e controlo de obras essencialmente porque não sabemos o suficiente dessa actividade para estarmos ao nível de profissionalismo que temos na consultoria. Desta forma centramo-nos na elaboração de Estudos de Viabilidade para empreendimentos, apoio técnico em aquisições de activos, elaboração de Estudos e Projectos (de Arquitectura e todas as Engenharias), engenharia de Valor (optimização de soluções de engenharia), consultoria técnica durante a construção, e consultoria na Gestão de Activos.

Quais as obras que têm em desenvolvimento ou que estão em vias de desenvolver a nível nacional?

O Grupo encontra-se a desenvolver um grande número de projectos – neste momento temos cerca de 250 projectos em elaboração - alguns dos quais em Portugal. O mercado nacional tem nos últimos anos tido um peso de 20% do volume de negócios, sendo que no presente ano deverá representar cerca de 35%, um aumento importante. Neste momento em Portugal, estamos a desenvolver ou a colaborar nas expansões/remodelações dos shoppings Colombo, NorteShopping, Cascaishopping, Vasco da Gama, Dolce Vita Tejo, Alameda Shopping e Alma Shopping; no novo aeroporto do Montijo; no projecto Bay-view Cascais; no aproveitamento hidroeléctrico do Alto Tâmega; na barragem de Foz-Tua; na remodelação da Linha Ferroviária do Oeste, na nova Linha Évora Caia e na electrificação da Linha do Algarve; nos estudos de impacto ambiental de quatro linhas de alta tensão, como o EIA da linha de alta tensão Divor – Pegões a 400 kv; e nas sub-estações eléctricas do Fundão e Pegões; entre muitos outros.

Em Portugal, vão ser responsáveis pelo projecto imobiliário Bay View - Auchan Cascais. O que nos pode dizer sobre este projecto em particular e em que consiste a vossa participação no mesmo?

O projecto Bay View Cascais será um dos projectos estruturantes do município de Cascais, repondo finalmente a dignidade que a principal entrada vinha perdendo. Neste momento aquela zona não apresenta a melhor qualidade e o projecto imobiliário, associado à manutenção no local de uma loja de insígnia Auchan, permite viabilizar a qualificação da área e manter o serviço que historicamente é prestado ao município pelo hipermercado. A Quadrante é responsável pela viabilização ambiental do projecto e pela elaboração dos projectos de engenharia de infra-estruturas e dos edifícios. De referir que o projecto tem elevada complexidade dado que, por um lado, a loja Auchan terá de estar sempre em funcionamento, o que implica que está a ser estudado um complexo faseamento para que, enquanto se constrói a nova loja numa parte do terreno, a actual se mantenha em funcionamento. E que, quando a nova abrir, se poderá proceder à demolição da actual e à construção do restante empreendimento. A Engenharia permitirá que durante todas estas fases se mantenham as mais elevadas condições de segurança para os utentes e a plena funcionalidade em termos de acesso e estacionamento para os utentes da loja. Por outro lado, a sustentabilidade ambiental do empreendimento responderá aos mais elevados padrões, adoptando-se soluções tecnicamente evoluídas para reduzir ao máximo os consumos de água e energia assim como a emissão de gases com efeito de estufa.

O que vos moveu à internacionalização da empresa e qual o volume de negócio/facturação que têm, neste momento, nesses mercados externos?

Em 2009 o grupo tinha uma facturação fora de Portugal que era mínima. Com a crise em Portugal e a queda abrupta do investimento público e privado, tivemos de nos internacionalizar com vista a manter a sustentabilidade da empresa. Iniciámos a expansão em Angola, Moçambique e Brasil, pela facilidade e necessidade de rapidamente substituir o mercado português, tendo posteriormente avançado para mais mercados em África e América Latina. Neste momento cerca de 70% da nossa facturação é realizada no exterior.

Como perspectivam fechar o ano de 2017?

No final de 2016 o grupo concluiu a incorporação da Viaponte, uma empresa de referência na área de transportes. Essa aquisição, em conjunto com a implementação do Plano Estratégico 2015-2020, permitirão que, em 2017, o grupo cresça cerca de 50% em facturação, com o objectivo de em 2020 facturar 20 milhões de euros.