A mais recente Análise de Conjuntura da FEPICOP sobre o sector da Construção, com base nos dados divulgados pelo INE, revela que o primeiro semestre de 2017 bateu o recorde dos últimos nove anos, em termos de transacções semestrais de fogos habitacionais, tanto em número como em valor.
Segundo a informação agora conhecida, foram transaccionados em Portugal, nos primeiros seis meses de 2017, 72 mil fogos num montante total de 8,9 mil milhões de euros, reflectindo crescimentos de 18% em número e de 25% em valor, face ao período homólogo de 2016.
À semelhança do verificado nos últimos quatro anos, de 2013 a 2016, foi a venda de fogos já existentes (com crescimentos de 21% em número e de 31% em valor, levando a um aumento acentuado no volume de trabalhos de reabilitação/renovação) a principal responsável pelo forte dinamismo observado no primeiro semestre de 2017, já que as transacções de fogos novos apenas cresceram 4% em número e 6% em valor, até Junho.
Em termos regionais, foi a Área Metropolitana de Lisboa que concentrou, de forma destacada, a maior fatia das transacções efectuadas ao longo do primeiro semestre, 35% do total em número e 48% em valor, com crescimentos de 17% e de 29%, respectivamente, face a igual período de 2016.
A Área Metropolitana de Lisboa foi igualmente a zona onde o valor médio de transacção por fogo foi mais elevada, 168,6 mil euros, 10,2% acima do valor observado nessa região em 2016 e 36,6% acima da média nacional observada em 2017 (123,5 mil euros/fogo).
A estes significativos crescimentos do mercado imobiliário, juntam-se as variações igualmente favoráveis que se vêm registando nos restantes segmentos do sector da Construção, nomeadamente no mercado das obras públicas, com evoluções de +91% e de +83%, até Agosto, nos montantes dos concursos promovidos e dos contratos celebrados, respectivamente.
Do conjunto das evoluções descritas, resulta uma leitura positiva da evolução da Construção nos meses já decorridos de 2017, realidade aliás confirmada pelo INE através da divulgação dos crescimentos homólogos da FBCF Construção e do VAB Construção, durante o 1º semestre de 2017 (+9,6% e +7,5% respectivamente), constituindo, em ambos os casos, os crescimentos mais intensos nos últimos 20 anos para estas variáveis.
Foto: Anabela Loureiro