A Associação de Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) antecipa as suas perspectivas para 2014, as quais não são as melhores. A produção global do sector da construção deverá voltar a cair.

Esta associação vaticina uma nova redução do volume global de produção do sector em redor dos 4,5% (após a quebra de 15% estimada para 2013), em resultado da evolução ainda negativa da produção nos segmentos Residencial (-10,0%), Não Residencial (-5,7%) e Engenharia Civil (-1,0%).

Estes números são avançados na habitual análise da AECOPS sobre a evolução da actividade do sector em cada ano que termina e naquele que se inicia e evidenciam um andamento menos mau, mas ainda bastante limitado pela manutenção quer das medidas de austeridade pública, quer de outros factores que condicionam fortemente o desempenho da construção.

Assim, e num quadro macro-económico que até é, pela primeira vez em quatro anos, positivo, a construção Residencial, depois de uma evolução de -18% em 2013, altura em que os trabalhos produzidos foram equivalentes a apenas 22% da produção gerada no ano 2000, deverá continuar a cair (-10,1%), com o volume da sua produção a reduzir-se para um nível equivalente a apenas 20% do observado no ano 2000, correspondendo a uma destruição de cerca de 4/5 do mercado de habitação.

Do mesmo modo, o segmento da construção Não Residencial deverá manter-se em recessão durante 2014 (-5,7%, quando em 2013 terá sido de -13,8%), prevendo-se uma diminuição da produção da componente privada em redor dos -2% (-13% em 2013) e também da componente pública, quer face à forte redução imposta ao investimento público, deverá contrair 11% (-15% estimados para 2013).

No que diz respeito à Engenharia Civil, a previsão aponta para um andamento em 2014 menos desfavorável do que o observado em 2013. Embora este segmento deva permanecer muito penalizado pela política de austeridade governamental, a verdade é que existem uma série de trabalhos que não podem mais ser adiados, nomeadamente na componente da manutenção/reabilitação de infra-estruturas. Por outro lado, é ainda admissível que cerca de mil milhões de euros não utilizados dos fundos comunitários, inscritos no QREN 2007 – 2013, possam ser utilizados na dinamização do segmento da Engenharia Civil ao longo dos próximos dezoito meses, evitando-se a sua devolução a Bruxelas.

Neste domínio, as previsões da AECOPS apontam para uma redução do seu volume de produção em redor dos -1,0%, uma quebra bem menos expressiva do que aquela que se terá registado em 2013 (-14%) em 2013.

A AECOPS considera, em síntese, que esta evolução, apesar de negativa, traduz já uma desaceleração significativa em relação à quebra de 15% verificada em 2013, indiciando que 2014 pode perspectivar um ponto de inflexão na evolução da actividade do sector.

Foto: Anabela Loureiro