De acordo com os profissionais do sector imobiliário, o tempo médio de venda de imóveis residenciais passou, neste último mês de Maio, para perto de 14 meses, quando era 13 meses em Abril. A restritividade bancária, a instabilidade no mercado de trabalho e a redução e poder de compra são apontadas por metade como os principais obstáculos à recuperação clara.

O mercado imobiliário nacional registou um ligeiro ajustamento em baixa, embora continue a situar-se em terreno positivo, de acordo com o IMI – Imovirtual Market Index. Este barómetro mensal, elaborado em parceria com a REVConsultants, revela que o tempo de venda do produto residencial aumentou para perto de 14 meses, quando registava 13 meses no mês anterior (Abril).

O estudo, que ausculta profissionais de mediação imobiliária, consultores imobiliários, empresas de gestão e administração de imóveis, entre outros, desvenda, de igual forma, que o tempo de absorção dos imóveis de arrendamento ronda agora os cinco meses, denotando-se um ligeiro aumento neste segmento de mercado (em Abril situava-se nos quatro meses e meio).

Este comportamento pode ser considerado como reflexo de um conjunto de indicadores, dos quais se destacam, uma aparente deterioração do número de potenciais visitas, negócios concretizados e do próprio dinamismo da actividade. Por outro lado, no curto prazo, registou-se uma ligeira erosão das expectativas de desenvolvimento da actividade, sobretudo por via de uma crescente incerteza em relação ao ambiente macro-económico.

No mês de Maio, o IMI – Imovirtual Market Index, revelou os seguintes dados do inquérito efectuado: apesar de 41% dos inquiridos ter mencionado um aumento das visitas realizadas por potenciais interessados (resultado inferior ao do mês anterior), 19% referiu ter sentido uma contracção do número de potenciais interessados, sendo que este indicador atingiu o valor máximo dos últimos quatro meses; 43% dos participantes no inquérito observaram um aumento de novo produto em carteira, mantendo, desta forma, o movimento observado nos últimos meses; não obstante 44,5% dos inquiridos ter referido a manutenção do nível dos negócios concretizados, cerca de 27% mencionou uma diminuição dos mesmos, facto que revela uma ligeira deterioração desta variável face ao observado no primeiro quadrimestre de 2014; 45% dos profissionais inquiridos mencionou que, no mês em análise, observou um comportamento estável no desenvolvimento da sua actividade, o que contrastou com o facto de 22% terem mencionado um menor dinamismo do mercado enquanto um todo (sendo o peso relativo destas respostas superior ao apurado para os quatro primeiros meses do ano).

No que concerne a expectativas futuras de curto prazo ao nível dos preços de mercado, 67% dos participantes do inquérito acredita na sua manutenção e 23% antecipam mesmo, um potencial aumento dos valores de divulgação e transacção praticados.

Em relação ao dinamismo da actividade, as expectativas de 55% dos profissionais inquiridos é de uma melhoria da mesma, sendo de realçar a este nível que, apenas 8% não partilha do optimismo que se começa, cada vez mais, a respirar no sector.

O mercado imobiliário é influenciado por diferentes estímulos, sendo que no mês de Maio, os profissionais do sector destacaram como os mais limitativos, os associados ao ambiente socio-económico. Entre eles encontra-se a restritividade bancária que registou uma representatividade de 51% das respostas obtidas, valor bastante expressivo, mas no entanto inferior ao registado em meses transactos, não sendo alheia a progressiva movimentação e abertura da banca ao crédito hipotecário. A instabilidade no mercado de trabalho foi outro factor apontado, com uma incidência de cerca de 52% das opiniões expressas pelos inquiridos. Refira-se que para os próximos dois anos, de acordo com as estimativas da Comissão Europeia, a taxa de desemprego nacional apresenta-se com uma ligeira redução, no entanto ainda com dois dígitos. E, por último, a diminuição do poder de compra que, de acordo com 45% das respostas dos profissionais que participam no inquérito, em muito derivada da instabilidade do mercado de trabalho e das apertadas restrições orçamentais que incidem no rendimento disponível das famílias.

Foto: Turismo de Lisboa / www.visitlisboa.com