O presidente da Câmara Municipal do Porto deixou em suspense o que vai acontecer com o fundo imobiliário do Aleixo. Para já existe um relatório que vai ser enviado ao Tribunal de Contas e à CMVM. Recorde-se que este fundo está parado desde o anterior executivo camarário.

No debate sobre o “Relatório final de auditoria interna para apuramento das condições de constituição e funcionamento do INVESURB - Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado”, que decorreu durante a Assembleia Municipal, Rui Moreira afirmou que a autarquia “dirá oportunamente” o que pretende fazer com o fundo imobiliário do Aleixo.

 

Recorde-se que este fundo foi criado pelo anterior executivo de Rui Rio e tinha como objectivo “assegurar o investimento indispensável à reabilitação urbana” do bairro social do Aleixo e de “outro património municipal”, construindo nos terrenos respectivos habitação de luxo. Mas, como Rui Moreira afirmou: “Este negócio correu mal e isso sucede”.

Segundo a CDU, esta operação “evidencia diversas irregularidades, vários procedimentos ilegítimos e algumas decisões muito questionáveis”. Acrescentando que o fundo “está em completa falência” e deve ser extinto, a intervenção prevista para o Aleixo deve ser suspensa e o contrato com a Gesfimo - Espírito Santos Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, deve ser rescindido, neste caso por “manifesto incumprimento” do contrato.

A este propósito Rui Moreira explicou que “era um problema de que o anterior executivo já tinha consciência”, por isso mesmo “adiou a demolição da terceira torre” uma vez que não tinha onde realojar os seus moradores. Ainda assim, fez questão de ressalvar que “não esteve, não está e não estará em causa, com este relatório, uma qualquer avaliação da honorabilidade” de Rui Rio, que foi quem, aliás, pensou numa solução para aquele bairro.

Por isso, o actual presidente da autarquia do Porto defende que é urgente “encontrar uma solução, antes de mais nada por causa das pessoas” que ainda vivem no Aleixo. Acrescentando, no entanto, que “é ao fundo que compete arranjar um novo investidor”.

 

O debate sobre este tema terminou com a aprovação da recomendação do Bloco de Esquerda ao executivo camarário para que envie o relatório ao Tribunal de Contas e à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Segundo o PS esta acção “basta para a tranquilidade de todos”. Chumbada foi a proposta da CDU que recomenda o envio do “relatório integral” para o Ministério Público com o objectivo de apurar “responsabilidades” sobre o fundo do Aleixo e a sua execução.