Passa uma década sobre a parceria estratégica entre Portugal e a China. Hoje, o imobiliário e o turismo estão no topo dos interessses de investimento chinês no nosso País.

A lembrar esse momento, o Vice-Primeiro-Ministro considerou que esta é uma parceria que “deve ser acarinhada dada a partilha de interesses comuns e convergentes” e tendo em conta a amizade secular que une os dois países.

Esta afirmação foi proferida na cerimónia do lançamento do jornal bilingue luso-chinês “Diário de Todos”, em Lisboa. Paulo Portas sublinhou a importância do desenvolvimento económico da China para o mundo, assinalando também o facto de este país ser, actualmente, “um dos mais importantes para as exportações nacionais”, bem como “o maior emissor mundial de turistas, com uma classe média em ascensão, e com a ambição de se internacionalizar”.

Salientou também que, “quando muitos, noutros países, desdenharam do investimento chinês, Portugal soube abrir as portas, sem receio. As privatizações que as empresas chinesas ganharam – na energia, nomeadamente – foram ganhas por mérito próprio. De alguma forma, esta é a mesma confiança, a mesma aposta que se vê nos investidores chineses que compram casa em Portugal, através do programa de autorizações de residência para investimento”.

Refira-se que o crescimento médio anual das exportações portuguesas para a China foi de 39% nos últimos cinco anos, sendo que em 2014 esse crescimento rondou os 25%. Também as importações da China têm vindo a crescer, embora a um ritmo menos expressivo. Para se ter uma noção, refira-se que o número de empresas exportadoras para a China atingiu 1.111 em 2013, mais 300 do que em 2009.

Paulo Portas acrescentou a estes valores os das nossas exportações de serviços para a China, segundo o qual “quadruplicaram”. Para tal contribuiu, em grande parte, o turismo de chineses em Portugal, cujas receitas quase triplicaram em 2013.

Mau grado, lembrou que Portugal ainda não tem “os chineses entre os nossos principais turistas” mas acredita que esta é “uma das áreas que tem tudo para continuar a crescer fortemente”

Relativamente à representação portuguesa na China, avançou que pode ainda ter acertos e melhorias “no sentido de tornar a vida mais fácil para os agentes privados que tanto têm feito para que os nossos países estejam cada vez mais próximos” e que as comissões bilaterais entre Portugal e a China são “um modelo a continuar”. Neste âmbito, está previsto que a comissão volte a reunir-se em 2015.

O Embaixador da China em Portugal, Huang Songfu, afirmou, por seu lado, que “apesar da comunidade chinesa em Portugal, composta por cerca de 20 mil ssoas, não ter aumentado nos últimos anos, também não diminuiu, o que demonstra que os chineses optaram por suportar os tempos difíceis ao lado dos portugueses”.

Foto: Anabela Loureiro