A Associação Comercial do Porto (ACP) enviou, esta semana, a um conjunto de entidades e responsáveis políticos um documento a exigir a concretização dos investimentos previstos para o porto de Leixões e a contestar a construção do terminal do Barreiro.
De acordo com o artigo do caderno de Imobiliário, publicado, hoje, na Vida Económica, nesse documento, que resulta de “estudo aprofundado do sector portuário e reflecte as preocupações da comunidade empresarial do Porto e do Norte”, a ACP defende que “o porto de Leixões, distinguido pela sua rentabilidade superior a qualquer outro porto nacional e pelo seu posicionamento estratégico, deve ver reforçada a sua capacidade concorrencial, atraindo negócios com valor acrescentado. Os investimentos programados nestas acções devem, portanto, merecer rápida execução e concretização”.
Quanto ao “empenho do Governo em avançar rapidamente para a construção do novo terminal de contentores de Lisboa no Barreiro”, a ACP considera “uma solução incomportavelmente cara e sem qualquer base de sustentação técnica ou económica”.
De acordo com o documento, “o investimento inicial, os custos de manter a infra-estruturas em operação, os constrangimentos ambientais e de ordenamento do território são indicadores que, claramente, apontam para a ausência de justificação da construção deste terminal. Em alternativa, embora não equacionada, existe o porto de Setúbal”.
A “discrepância dos critérios de financiamento dos diferentes portos” é uma preocupação da ACP, que defende que “num contexto de escassos recursos, a complementaridade, mais do que a concorrência entre infra-estruturas, é fundamental para que o sector se posicione verdadeiramente ao serviço da economia e da coesão territorial.”
“Com isto, teme-se que a construção do novo porto do Barreiro ponha em causa toda a política portuária nacional, continuando a adiar-se investimentos devidamente estudados e validados pelo mercado, como é o caso daqueles que estão previstos para o Porto de Leixões”, termina a ACP.
Elisabete Soares