As rendas convencionadas estão a aumentar na capital, enquanto o mercado de arrendamento não baixa os preços. Esta realidade foi avançada pela vereadora da Habitação da Câmara Municipal de Lisboa.

Paula Marques, em declarações à Agência Lusa, disse ter identificado um “crescimento exponencial” de candidaturas à renda convencionada, constatando também a procura de habitação pública por parte de uma população que não tinha necessidade de o fazer “há quatro anos” por “haver uma continuação da degradação da situação” das condições de vida.

Tendo em conta a reforma do arrendamento urbano levada a cabo pelo actual Governo, a realidade verificada pela vereadora é que os preços no mercado livre de arrendamento “não estão a baixar”. Embora haja “mais flutuação”, a verdade é que os “valores não baixaram”. Por outro lado, existe um “crescimento exponencial de procura do programa de renda convencionada, na qual os preços estão 30 a 40% abaixo do preço do mercado da zona e as casas são atribuídas por sorteio e não com base no rendimento”.

Face aos dados apurados da sétima edição deste programa, que decorreu entre 1 de Dezembro de 2014 e 31 de Janeiro de 2015, em que as 12 casas a concurso tiveram 557 candidaturas, a própria vereadora admitiu que “o programa é uma resposta a uma faixa intermédia e nunca tivemos tanta procura”. Reconheceu também que este programa está a permitir a “fixação de gente na cidade”, sobretudo em “zonas consolidadas” e está também a favorecer a “reabilitação de património” e o “realojamento na área da sua residência de inquilinos de ruínas e com problemas de mobilidade”.

Aliás, avançou mesmo com um exemplo curioso em que “no mesmo prédio, chegamos a ter as duas respostas: no rés-do-chão inquilinos em renda apoiada e nos restantes rendas convencionadas”.

A vereadora adiantou ainda que a autarquia pretende colocar até ao final do mandato cerca de 400 imóveis em arrendamento convencionado.

Outra questão focada pela vereadora foi relativamente ao seguro de renda e “minimizar os riscos” para os proprietários. Para o efeito, conta com o apoio da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, sendo que este seguro pode ser criado através de uma seguradora ou amealhando a caução paga pelo inquilino num “fundo de seguro”.

Acerca da habitação municipal atribuída com base em carência económica, a vereadora notou que o número de solicitações continua a ser “muito alto”, mas que, ainda assim, “estabilizou”, ou seja, não existiu nenhum “boom”. Por outras palavras, a procura continua a ser “muito superior à oferta”, pelo que a prioridade são as pessoas com maior carência económica, com o total cumulativo deste programa a ter uma lista de 2.082 candidatos.

Foto: Anabela Loureiro