Segundo a Cushman & Wakefield (C&W), no ano passado, 86% do capital investido pertenceu a investidores estrangeiros. Exemplo disso foram os três maiores negócios imobiliários de 2014: a venda do portfolio de logística e retalho da ESAF à Blackstone, a venda do Freeport Alcochete à VIA outlets e a aquisição do Alegro Alfragide por parte da Alaska Permanent Fund Corporation.
O volume de investimento em activos de imobiliário, em 2014, foi de 704 milhões de euros, ou seja, mais do dobro do transaccionado em 2013. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Marketbeat Primavera 2015” apresentado, hoje, pela Cushman & Wakefield.
Para estes valores muito contribuíram os investidores estrangeiros que representaram 86% do capital investido e 76% do número de negócios. Neste âmbito, o maior negócio do ano foi a aquisição pelos investidores americanos Blackstone à ESAF de um portfólio de activos de logística e retalho num valor total superior a 200 milhões de euros. Aliás, este foi mesmo o maior negócio dos últimos oito anos no País.
No ranking dos grandes negócios de 2014 está também a venda do Freeport Outlet Alcochete, o activo principal de um portfólio europeu de três outlets, pela Carlyle à joint venture VIA Outlets. E ainda a aquisição de 50% do Alegro Alfragide pela americana Alaska Permanent Fund Corporation, gerida pela CBRE Global Investors à Immochan e também parte de um portfólio ibérico de dois centros comerciais.
No segmento de escritórios regista-se a aquisição pela americana GA Capital de um portfólio de imóveis ocupados pela EDP na zona do Marquês de Pombal ao Grupo EDP, por 56 milhões de euros.
Para 2015 a C&W perspectiva um novo crescimento do volume total, do qual faz parte também algumas transacções que transitaram de 2014. Tal foi o recente caso da aquisição do Centro Comercial Dolce Vita Tejo.
Marta Esteves Costa, directora de Research e Consultoria da C&W, acredita que, este ano, a “procura interna vai crescer”, assim como o “turismo que acabará por ter um impacto no retalho”. Aliás, avançou mesmo que em 2015 poder-se-á atingir um “novo recorde” de mercados em termos de volume de capitais investidos. Apesar do optimismo, à uma ‘sombra’ que começa a surgir no horizonte imobiliário e que se prende com o aumento da “escassez da oferta de imóveis de qualidade”, sobretudo nas zonas prime.