Em Janeiro de 2015, o número de empresas insolventes recuou 8,7%, face ao mesmo período do ano passado, e foram também criadas 4.447 empresas, mais 4,6% em termos homólogos. Há, assim, um registo de menos insolvências e mais constituições.
O ano começa de forma positiva para o tecido empresarial português, conforme revelam os indicadores apurados pela IGNIOS no seu primeiro Observatório de Insolvências e Constituições de Empresas de 2015. Por um lado, o número de insolvências recuou 8,7% em Janeiro face ao mesmo mês do ano passado, enquanto, no mesmo período, a criação de empresas cresceu 4,6%.
Os dados avançados revelam também que, no início do ano, foram criadas 6,6 empresas por cada empresa insolvente, quando no mesmo mês de 2014, esse rácio era de 5,7 empresas.
Para o CEO da IGNIOS, António Monteiro, “são sinais de que a economia portuguesa está a recuperar. Este primeiro mês do ano confirma quer a tendência de decrescimento das insolvências quer a de crescimento das constituições, reforçando um movimento que já se vinha a sentir desde o ano passado. O impacto é desde logo visível no rácio insolvências/constituições, que é um dos indicadores que melhor traduz a dinâmica da economia”.
A IGNIOS avança ainda que, em Janeiro deste ano, foram declaradas insolventes 673 empresas, menos 64 que as 737 ocorridas em Janeiro do ano passado. Esta redução deveu-se sobretudo à queda registada nos pedidos de insolvência, que recuaram quer em termos de insolvências apresentadas pela própria empresa (-2,6% para as 177) quer solicitadas pelos credores (-0,1% para as 239).
Já as declarações finais de insolvência (251) aumentaram cerca de 0,8%. A IGNIOS revela que as empresas de Outros Serviços foram as que registaram maior número de insolvências em Janeiro de 2015 (com um peso de 18,6% do total), deixando o sector da Construção e Obras Públicas, que liderou o número de empresas insolventes em 2014, na segunda posição (com um peso de 17,8% em Janeiro). Destacam-se ainda o Comércio a Retalho (14,6%) e o Comércio a Grosso (14,0%), com este último a aumentar fortemente o seu peso (12,2% no total de 2014). Por contraste, além da Construção (que tinha um peso de 19,0% em 2014), também o Comércio a Retalho (16,5% em 2014) e a Restauração (de 7,3% para 6,5%) baixaram o seu peso.
Em termos geográficos, os distritos de Lisboa (137) e Porto (131) foram os mais expressivos em termos de insolvências em Janeiro, mas ambos reduziram o seu peso face ao registado no acumulado de 2014, respectivamente de 21,8% para 20,4% e de 23,1% para 19,5%). Em sentido contrário, Braga (11,1% para 16,3%) e Aveiro (7,3% para 8,9%) voltaram a aumentar o seu peso, invertendo a tendência dos dois anos anteriores. No top 5 está ainda o distrito de Setúbal, com um peso de 5,2%, que compara com 6,4% em 2014.
A empresa especialista em soluções integradas de gestão de risco para o sector empresarial apurou ainda que foram constituídas em Janeiro 4.447 novas empresas em Portugal, das quais cerca de 86,1% o fizeram com um capital social que não ultrapassou os 5.000 euros.
Os distritos de Lisboa e Porto foram os mais dinâmicos neste indicador, com 1.235 e 795 empresas constituídas respectivamente, mas ambos reduziram o seu peso no total nacional (de 29,3% para 27,8%; e de 18,7% para 17,9%). Já os distritos de Aveiro, Braga e Setúbal, que completam a lista dos cincos mais significativos, aumentaram o seu peso nas contas nacionais. Aveiro (316 empresas) aumentou o seu peso para 7,1% (de 5,7%) Braga (385 empresas) para 8,7% (de 8,5%) e Setúbal (309 empresas) para 6,9% (de 6,6%).
Em termos sectoriais, o sector de Outros Serviços foi o que mais contribuiu para a criação de empresas (39,7% do total), seguindo-se o Comércio a Retalho (12,2%) e a Hotelaria e Restauração (10,9%).
Destaque ainda para o Comércio Automóvel que, beneficiado pelo aumento do volume de negócios em 2014, aumentou o seu peso de 3,2% no total de 2014 para 4,1% em Janeiro deste ano.