A experiência digital do consumidor e gestão inteligente de preços são as chaves para o sector do retalho enfrentar o pós-crise. De acordo com um estudo realizado pela divisão de consultoria da Indra, a utilização de redes sociais para criar engagement ou inclusão de elementos diferenciadores na experiência do novo perfil de consumidor são desafios importantes que as empresas enfrentam.

Este estudo considera também temas pendentes a melhoria de capacidades para a correcta gestão de preços e das promoções por canal e a inovação aplicada em toda a cadeia valor.

O documento foi concebido para ser um guia para abordar os novos desafios provenientes das tendências de consumo a partir de entrevistas realizadas em Espanha a mais de 40 cargos de direcção e informação obtida através da realização de 1.500 inquéritos a consumidores e 600 questionários a empresas.

O redesenho das técnicas de marketing para gerir a experiência do nativo digital – o consumidor do futuro - e transformar este consumidor num “evangelista” da marca, assim como criar um modelo eficiente de Revenue Growth Management enquanto ferramenta de gestão do portfólio de produtos, canais e clientes, são alguns dos principais temas que vão ter impacto nas políticas de vendas e estratégias da FMCG (Fast Moving Consumer Goods) e empresas de retalho no actual cenário pós-crise.

Estas conclusões encontram-se reflectidas no estudo “Desafios estratégicos da FMCG e Retalho” realizado pela Business Consulting, a divisão de consultoria da Indra, tendo sido criado como um guia prático sobre como lidar com os desafios decorrentes das tendências de consumo que são já uma realidade na sociedade espanhola. O relatório foi apresentado recentemente, em Espanha, pelo director Geral da FIAB, Mauricio García de Quevedo, e pelo autor do estudo, Cristóbal José Colón, Senior Manager da Indra Business Consulting. Participaram também Ángel Bonet e Pedro Valdés, sócios da Indra Business Consulting.

Segundo o discutido durante o encontro, a ampla e diversificada oferta, aliada à proliferação de consumidores permanentemente informados graças à universalização da internet, mas com menos recursos disponíveis e dispersos numa multiplicidade de canais e redes sociais, exige dar um passo em frente num mercado mais competitivo de forma a encontrar o elemento “diferenciador”. As previsões apontam para que o consumidor do futuro, o nativo digital, que hoje representa 38% da população, aumente para 56% em 20 anos e 75% daqui a 40.

Neste contexto, os autores do relatório consideram necessário reforçar e reajustar as estratégias de marketing no âmbito digital, para obter o engagement com as marcas, compreender o customer journey (o mapa do ciclo de vida do cliente) para se adaptar rapidamente às suas necessidades, surpreendê-lo e construir um modelo colaborativo que permita uma escuta bidirecional. Desta forma, por exemplo, as promoções atractivas e sorteios nas redes sociais perfilam-se como um dos principais motivos para que os consumidores se convertam em seguidores de marcas, assim como o compromisso com o meio ambiente e a saúde, qualidade e inovação do produto, assim como a opção de receber o produto em casa e devolvê-lo, são factores chave que fazem com que um potencial comprador escolha uma marca em particular.