2015 pode ser encarado com muito optimismo por parte dos players do imobiliário. Quem o afirma é a sociedade de advogados PLMJ que considera mesmo que é expectável que o volume de negócios no sector imobiliário português ultrapasse os 1.000 milhões de euros.

Segundo a PLMJ, ao longo do ano transacto foi-se observando a consolidação, algo expressiva, da melhoria dos indicadores económicos e um forte incremento do volume de investimentos no sector imobiliário, sobretudo por parte de investidores estrangeiros, incluindo fundos e outros investidores institucionais, que – depois de Espanha - voltaram a focar-se em Portugal como “mercado alvo”.

O nosso País tem, na opinião desta sociedade de advogados, vindo a recuperar sustentadamente a confiança dos investidores, tanto nacionais como estrangeiros, na sequência da saída da Troika de Portugal em 2014.

Face a esta conjuntura, para a PLMJ esta tendência deverá ser muito visível em 2015, pelo que o presente ano é encarado com muito optimismo. Aliás, é expectável que o volume de negócios no sector imobiliário possa ultrapassar a fasquia dos 1.000 milhões de euros, o que há dois anos era um número impensável.

No ano que agora se inicia, esta sociedade de advogados destaca alguns movimentos ou tendências do mercado imobiliário português. Desde logo, salienta a Reabilitação Urbana, sector em que tem vindo a observar-se um crescimento considerável, com aumento do nível de actividade das empresas dedicadas à reabilitação urbana e um consequente aumento de imóveis adquiridos e intervencionados para reconversão e revenda.

Neste âmbito fazem uma ressalva para as intervenções que têm vindo a ser realizadas nas zonas históricas das principais cidades do País, com particular destaque para Lisboa e Porto, com intervenções que extravasam a estética dos edifícios, implicando por vezes novas formas de pensar os fins estabelecidos para os imóveis, em muitos casos convertidos em hóteis de charme ou habitação destinada ao segmento de luxo. Estes investimentos têm substituído a tradicional “construção nova” e têm contribuído para a regeneração das cidades, imprimindo uma nova dinâmica e qualidade urbanística ao excepcional parque de imóveis que se encontravam degradados ou abandonados, muitos dos quais localizados em zonas prime de Lisboa e Porto.

Em acréscimo, acreditam que o novo ciclo de apoio comunitário na área de reabilitação e da eficiência energética, no âmbito do “Portugal 2020”, poderá consubstanciar um importante incentivo para alavancar investimentos na área da reabilitação urbana.

Outra tendência avançada para 2015 é o aumento do investimento imobiliário estrangeiro. Como explicam, os investidores estrangeiros encontram-se, de novo, activamente à procura das melhores oportunidades de negócio e a procura de targets deverá manter-se em alta. Os fundos tradicionais já efectuaram em 2014 transacções muito relevantes, tendo sido investidos centenas de milhões de euros nalguns activos imobiliários que se encontravam no mercado.

Destacam-se, ainda que não de forma exclusiva, os investimentos estrangeiros oriundos de França e da China, designadamente no âmbito dos programas de “RNH” e “Golden Visa”, não só para fins habitacionais, mas também no segmento de edifícios de escritórios, com boa localização nalguns casos para a execução de obras de reabilitação desses imóveis para futura revenda a terceiros. Este fenómeno não se observava frequentemente na primeira vaga de investimento estrangeiro, o que denota confiança e alguma maturação deste segmento de investidores.

Paralelamente, existe alguma expectativa de que Portugal continue a afirmar-se como um destino atractivo para os pensionistas e reformados europeus, atraídos pelo valor competitivo dos imóveis e regime aplicável aos RNH.

Mas nem tudo são boas notícias. A PLMJ faz uma nota para o sector da construção que continua muito contraído, mas que, ainda assim, deverá dar alguns sinais de retoma no decurso de 2015. É possível observar uma retoma, sobretudo no sector da reabilitação urbana de edifícios degradados, que regista uma fortíssima aceleração, com dezenas de obras de reabilitação em curso ou que serão iniciadas em 2015.

Por fim, a PLMJ considera que é expectável uma descida dos spreads bancários no corrente ano. Os spreads, que atingiram valores incomportáveis nos últimos anos, terão tendência a baixar ao longo de 2015, acompanhando o aumento de liquidez que se vai registando. Tais alterações deverão ter um impacto significativo no volume de negócios imobiliários e financiamento de novos projectos que devam, necessariamente, estar alavancados em financiamentos.