O número de pedidos de ‘Vistos Gold’ por parte da China diminuiu 20% desde que surgiu o caso de corrupção e os atrasos na atribuição dos mesmos. Mau grado, segundo avançou o secretário de Estado das Comunidades, aumentou a procura por parte de outros países.

José Cesário, aquando da sua visita a Pequim, declarou à agência Lusa que “ninguém gostou do que se passou, evidentemente, mas estamos todos muito empenhados no sucesso do programa, salvaguardando ao máximo os interesse do País e do investidor”.

Este governante, que tutela os serviços consulares da rede diplomática, salientou que o programa Autorização de Residência para Investimento (ARI), vulgarmente designado por ‘Vistos Gold’, “tem tido bastante sucesso”. Apesar de reconhecer que “houve uma redução de 20% (dos pedidos) na China”, a realidade é que, segundo José Cesário, esta ‘perda’ foi compensada com “um aumento significativo noutras origens, nomeadamente do Brasil”. Concluindo que “estamos mais ou menos com os mesmos números”.

Para este governante, a aposta no mercado chinês “é uma tendência natural e não é mais do que aquilo que se passa noutros países”, como os Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido e Alemanha. Frisou que, “durante muito tempo, ignorámos pura e simplesmente este lado do mundo, e particularmente a China” e, apesar de reconhecer que “já se fez muito” para ultrapassar esta barreira, confessa que “há ainda muitíssimo a fazer”.

Refira-se que no final do mês de Março de 2015 já tinham sido atribuídos cerca de 3.500 ‘Golden Visas’, sendo que mais de dois terços foi a cidadãos chineses, seguindo-se os brasileiros e logo depois os russos e os sul-africanos. No total traduziu-se num investimento de quase 1.400 milhões de euros.

Foto: Anabela Loureiro