O RICS/Ci Portuguese Housing Market Survey (PHMS) reuniu, em Abril, um painel de 150 inquiridos e as conclusões são bastante optimistas: crescimento das vendas ainda mais forte, expectativas marginalmente positivas para as rendas e um aumento do preço das casas de 2% até 2016 e de 4,5%/ano até 2020.
Os preços das casas em Portugal continuam a recuperar de forma gradual num cenário marcado pelo crescimento na actividade de venda e a intensificação do nível de confiança dos agentes do sector, revela o PHMS de Abril de 2015. Com base nestas melhorias, as perspectivas, quer a curto-prazo, quer a médio-prazo, são bastante optimistas, com os inquiridos a preverem um crescimento no preço das casas de 2% nos próximos 12 meses e de 4,5% por ano nos próximos cinco anos.
Em termos regionais, as expectativas para os próximos doze meses apontam para um crescimento transversal a todas as áreas abrangidas pelo RICS/ Ci PHMS, antecipando-se os ganhos mais fortes para a região do Algarve (3%), seguida de Lisboa (2,5%), enquanto o Porto recuou para projecções mais modestas (cerca de 1%).
De acordo com este inquérito, no que toca ao mercado de compra e venda, as instruções de compra voltaram a aumentar em Abril, numa trajectória de crescimento ininterrupto da procura que remonta já a Agosto de 2013. Simultaneamente, as vendas acordadas cresceram pelo 14º mês sucessivo, a um ritmo muito idêntico ao verificado no mês anterior. Destaque ainda para a região do Algarve, que no período em análise registou um crescimento especialmente acentuado nas vendas acordadas. E, também em termos de vendas, os inquiridos continuam a antecipar uma aceleração do crescimento para os próximos meses.
A melhoria dos fundamentais do mercado continua a suportar a recuperação em curso dos preços das casas, que têm sido reportados em alta (embora a um ritmo moderado) em cada um dos quatro últimos inquéritos.
Ricardo Guimarães, director da Ci, comenta: “As recentes estatísticas mostram que os novos empréstimos para aquisição de habitação aumentaram 20% ao longo da segunda metade de 2014. O que naturalmente foi sentido pelos agentes, sendo que os seus comentários sugerem que este é o principal factor que está a mudar o mercado uma vez que os bancos estão gradualmente a intensificar a sua actividade junto deste mercado”.
Já Simon Rubinsohn, economista sénior do RICS, observa: “Os dados do PIB recentemente divulgados são encorajadores, confirmando que a recuperação da economia continua a seguir a sua rota. Ainda assim, é necessária a continuação das melhorias neste âmbito para apoiar a recuperação do mercado residencial, que permanece numa fase embrionária”.
No sector do arrendamento, a procura conduzida pelos inquilinos aumentou ligeiramente ao mesmo tempo que se voltou a assistir a uma queda significativa no que toca a novas instruções pelos senhorios. Embora as rendas se tenham mantido praticamente inalteradas durante o mês em análise, as expectativas apontam agora para um crescimento marginal no curto prazo.
Foto: Anabela Loureiro