Um estudo lançado pela Prime Yield para assinalar o seu 10º aniversário em Portugal conclui que, entre 2003 e 2013, o sector imobiliário português gerou um Valor Acrescentado Bruto (VAB) acumulado de 30,3 mil milhões de euros. Nesse período, registou-se a criação de 9,5 novas empresas por cada empresa insolvente.
Numa análise dos dados relativos ao tecido empresarial do sector imobiliário em Portugal apurados pela IGNIOS, o documento revela ainda que nesse período de 10 anos, foram constituídas cerca de 40.800 novas empresas e declaradas insolventes cerca de 4.300, o que traduz um rácio de 9,5 empresas criadas por cada empresa insolvente, num balanço positivo para a indústria imobiliária.
Acompanhando a tendência sentida no mercado imobiliário em geral, a actividade das empresas deste sector revelou um percurso de crescimento anual até 2008, ano em que o VAB inverteu essa tendência, evidenciando contrações anuais até 2013. Em 2007, o VAB gerado pela indústria imobiliária atingiu o pico destes dez anos, totalizando 3,85 mil milhões de euros, um valor que está 47% acima dos 2,02 mil milhões gerados em 2013.
Os dados mostram que, entre 2003 e 2007, o VAB cresceu a um ritmo bastante significativo, mais que duplicando entre 2004 e 2005, de 1,44 para 2,95 mil milhões de euros. Já, entre 2008 e 2013, as empresas a operar no sector imobiliário foram perdendo progressivamente capacidade de gerar valor económico, com o VAB a contrair de ano para ano e 2012 a registar a maior contração anual desses cinco anos, nomeadamente de 21% para 2,1 mil milhões de euros. Ainda assim, nota o estudo, o VAB gerado em 2013 (2,02 mil milhões de euros) está 65,5% acima do que a indústria imobiliária gerava 10 anos antes, em 2003 (1,22 mil milhões de euros).
De acordo com o estudo da Prime Yield, no período em análise foram constituídas cerca de 40.800 empresas no setor imobiliário, das quais 52% dedicadas à actividade de construção e 36% à compra e venda de bens imobiliários. A mediação, a angariação e a avaliação imobiliárias são as outras três actividades que concentram os restantes 12%. O ano de 2007 foi aquele que registou maior dinâmica em termos de criação de empresas neste sector (cerca de 5.000 empresas criadas), mas o estudo sublinha que entre 2004 e 2008 o número de novas empresas criadas anualmente foi sempre superior a 4.000. Desde 2007, e à semelhança com o que se verificou no indicador do VAB, a tendência foi de decrescimento, com o número de empresas constituídas a recuar, atingindo um mínimo de cerca de 2.670 empresas em 2012. O ano seguinte foi já de crescimento, com cerca de 2.970 empresas criadas.
Para o mesmo período acumulado, os dados analisados pela Prime Yield e cedidos pela IGNIOS, apuram um total de cerca de 4.300 empresas da área imobiliária insolventes, com o pico das insolvências a observar-se em 2012 e 2013, com 955 e 935 empresas, respectivamente. Ao contrário das constituições, o número de insolvências ao longo destes dez anos tem evidenciado uma tendência predominantemente de crescimento, apenas interrompida em 2005 e 2013, anos em que a variação anual recua. Aliás, entre 2005 e 2012, as insolvências cresceram até de forma acentuada, com variações anuais a oscilarem entre um mínimo de 15% e um máximo de 33%.
Não obstante, de acordo com este estudo, o sector imobiliário apresenta um rácio bastante positivo na comparação constituições/insolvências, já que no acumulado de 2003 a 2013, por cada empresa insolvente foram criadas 9,5 empresas.
Foto: Anabela Loureiro