A análise dos primeiros seis meses de 2015 feita pela WORX Real Estate Consultants revela que foram investidos em imobiliário mais de mil milhões de euros. Trata-se de um valor muito próximo do recorde atingindo no ano de 2006 (1,2 mil milhões de euros) e que leva a crer que no final do ano poderá estar próximos dos dois mil milhões de euros.
Este valor extraordinário deve-se sobretudo ao investimento estrangeiro, que representa 95% do volume total. Destaca-se o investimento norte-americano com uma cota de 64%, liderado pela Blackstone que adquiriu mais de 400 milhões de euros em activos imobiliários. Este volume de investimento estrangeiro está fortemente associado com a diminuição de risco do País e a maior confiança na economia nacional, contrariando assim a tendência registada nos anos da crise (2009-2013) em que os investidores nacionais dominaram.
O retalho é o sector mais procurado pelos investidores correspondendo a 71% do volume seguido de escritórios com uma cota de 21%. A elevada procura que se tem sentido no último ano levou a um esmagamento das prime yields que atingiram valores mínimos em todos os sectores à excepção de industrial.
Este é também o sector com a prime yield mais baixa, 5% seguido de escritórios com 6%. Em geral as prime yields encontram-se em queda acentuada desde o pico registado no final de 2012 e espera-se que esta tendência de queda se mantenha à medida que os imoveis disponíveis também vão sendo retirados do mercado.
Segundo Pedro Rutkowski, CEO da Worx, “o recente sobreaquecimento e elevado dinamismo do investimento imobiliário espanhol acabou por contribuir para uma redirecção dos investidores internacionais para a Península Ibérica, estando Portugal a beneficiar deste efeito. Esta tendência encontra-se igualmente assente nos sinais de recuperação económica portuguesa e na elevada liquidez existente no mercado. Neste momento a procura ultrapassa largamente a oferta qualificada disponível, tendo-se assistido cada vez mais a operações realizadas num tempo recorde. A crise económica levou a uma forte compressão dos valores de arrendamento que se traduz agora num incentivo extra para os investidores, com perspectivas de ganho de capital e crescimento no retorno do investimento. Os recentes sinais de estabilização da situação grega permitem, de igual forma, prever que a evolução ao longo deste ano se mantenha bastante positiva”.